Portuguesa tem um plano alternativo para tentar salvar o estádio do Canindé

  • Por Estadão Conteúdo
  • 15/10/2016 12h22

Leilão do Canindé Divulgação / Portuguesa Leilão do Canindé

A Portuguesa terá de escolher o caminho do seu futuro. O clube avalia proposta de um pool de empresas formado pela Conexão 3 Desenvolvimento e Negócios, Fernandes Arquitetura e Grupo Iguatemi para o pagamento das dívidas, implosão da estrutura do Canindé e construção de um hotel, um shopping, uma sede social e ainda uma nova arena de 15 mil pessoas para o time mandar seus jogos. A outra opção é apostar no tombamento do local, brecando o leilão marcado para o dia 7 de novembro e ganhando tempo para tomar uma decisão.

O projeto desenvolvido pelo pool foi detalhado em reunião do Conselho de Orientação Fiscal (COF), que contou com a participação do presidente interino José Roberto Cordeiro, na última quinta-feira. O então vice-presidente do Conselho Deliberativo assumiu o clube até dezembro, quando ocorrerá o pleito, depois que José Luiz Ferreira de Almeida renunciou à presidência na última segunda.

A proposta é para o pagamento de R$ 160 milhões à vista e mais R$ 500 mil mensais para o clube alugar um estádio a fim de jogar no período das obras. A quantia é inferior ao necessário para honrar as dívidas – o leilão de 7 de novembro é para saldar pendência de R$ 134 milhões.

Há um segundo leilão previsto para 18 de novembro para tentar resolver débito de mais R$ 54 milhões, totalizando R$ 188 milhões – há a promessa de alguns cartolas de abrir mão do dinheiro que emprestaram ao clube.

Foi o conselheiro Antonio Carlos Castanheira que levou a oferta à Portuguesa. O projeto foi criado em 2013 pelo arquiteto Daniel Hopf Fernandes, que é torcedor da equipe, e remodelado para que fosse viabilizado neste momento. A peça original previa arena para 30 mil pessoas. O shopping terá saída próxima à Marginal Tietê, enquanto que o novo estádio será erguido na parte de trás do terreno, com um hotel no centro.

Agora serão discutidas as condições. A Portuguesa deseja ficar com o local em definitivo após 30 anos. O negócio original prevê vínculo por 35 anos. As garantias bancárias não foram apresentadas. Ainda há bastante desconfiança entre os conselheiros, principalmente pela falta de transparência no processo.

Por isso, ao mesmo tempo em que o assunto é discutido internamente, o pedido de tombamento da área do Canindé não será abandonado. A deputada estadual Clélia Gomes (PHS) entrou com o requerimento no Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Arqueológico, Artístico e Turístico) e o órgão já aceitou abrir estudo. A Portuguesa tem 60 dias para entregar os documentos. Além disso, Beto Freire, professor e torcedor do clube, fez uma petição online, que já conta com 3 mil adesões, buscando apoio.

A possibilidade de tombamento tem como efeito afastar interessados em comprar o Canindé, já que o processo pode demorar anos para ser finalizado. Com mais tempo, o clube pode tomar a sua decisão com mais tranquilidade, avaliando detalhadamente a oferta.

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