Possibilidade de sofrer um impeachment já assombra o presidente do Corinthians
Mandato de Roberto de Andrade no Corinthians vai até fevereiro de 2018
Mandato de Roberto de Andrade no Corinthians vai até fevereiro de 2018A goleada sofrida no jogo contra o São Paulo, no último sábado, ainda não foi digerida no Corinthians, mas o presidente Roberto de Andrade tem problemas maiores para administrar, além de escutar críticas pelo momento do time e por ter contratado o técnico Oswaldo de Oliveira. Atitudes consideradas suspeitas do dirigente fazem com que conselheiros comecem a arquitetar possível tentativa de impeachment contra ele.
A revista Época publicou recentemente duas matérias afirmando que Roberto de Andrade assinou atas de assembleias como presidente do clube, antes mesmo de vencer a eleição. O artigo 104 do estatuto do Corinthians diz que o impeachment pode ocorrer caso o mandatário tenha acarretado prejuízo considerável ao patrimônio ou à imagem do clube.
Para que o processo tenha prosseguimento, é necessário que o presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians, Guilherme Strenger, encaminhe o pedido de abertura à comissão de ética, que, após ouvir o presidente, indica o que deve ser feito. Após esse ato, ainda é preciso que o conselho do clube aprove o afastamento.
Nos bastidores, muitos conselheiros cobram o presidente para que ele explique os fatos. Roberto de Andrade já divulgou dois comunicados sobre o assunto, mas prestará maiores esclarecimentos na próxima reunião do conselho, que deve acontecer em dezembro.
Além de possíveis irregularidades, algumas atitudes, que não causariam o impeachment, também têm desagradado os aliados e alguns ex-parceiros do dirigente. Uma delas é a forma pacífica com que tem lidado com a Odebrecht, construtora que ergueu o estádio Itaquerão.
A reclamação é que, em meio a tantas denúncias e suspeitas contra a construtora, seria necessário que o presidente demonstrasse maior pulso e cobrasse explicações. Entretanto, Roberto de Andrade tem adotado um tom mais político e acredita que pode manter um relacionamento mais amigável com a empresa. Além disso, ele aguarda a resolução de uma auditoria que está sendo feita na Arena Corinthians para saber os reais problemas do estádio e quem são os culpados.
Já a contratação de Oswaldo de Oliveira foi uma decisão exclusiva de Roberto de Andrade. Outros dirigentes não queriam o retorno do treinador e Eduardo Ferreira, que era diretor de futebol, pediu demissão por se sentir traído, pois o acerto com o treinador ocorreu sem seu conhecimento.
RUPTURA – O ex-presidente Andrés Sanchez também criticou a postura do dirigente e se afastou dele, tanto que já avisou que a chapa “Renovação e Transparência”, vencedora das últimas eleições e que contava com Roberto de Andrade e Andrés, foi extinta.
Segundo pessoas próximas ao dirigente, Roberto de Andrade mudou de comportamento nos últimos meses, se tornando mais autoritário, e a chegada de Flávio Adauto como novo diretor de futebol tem como um dos pontos principais justamente a tentativa de fazer os grupos políticos se reaproximarem.
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