Prass diz que ainda tenta Seleção e confia em título brasileiro: “a gente tem muita chance”

  • Por Fernando Ciupka/Jovem Pan
  • 10/05/2016 19h45
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SÃO PAULO, SP - 02.12.2015: PALMEIRAS X SANTOS - O goleiro Fernando Prass, da SE Palmeiras, comemora defesa de penalti contra a equipe do Santos FC, em partida final da Copa do Brasil, na Arena Allianz Parque. (Foto: Cesar Greco / Fotoarena) Cesar Greco/Ag.Palmeiras/Divulgação Fernando Prass foi herói no Palmeiras em momentos decisivos e já é considerado ídolo por boa parte da torcida alviverde

Um dos principais jogadores do elenco do Palmeiras, Fernando Prass viveu no último dia 26 de abril uma situação atípica para ele nos últimos tempos: sair derrotado em uma disputa de pênaltis. Nesse caso, o goleiro ainda desperdiçou a penalidade decisiva do time, que colocou o time da Vila Belmiro na final do Paulistão – que terminou no 22º título da equipe santista no estadual.

Prass, que já foi “a muralha da Colina” para os torcedores do Vasco e hoje é “o melhor goleiro do Brasil”, segundo cantam os palmeirenses, falou, em entrevista exclusiva à Jovem Pan Online, sobre a semifinal do Campeonato Paulista 2016, Libertadores, o Campeonato Brasileiro e até sobre uma possível convocação pra Seleção Brasileira.

Confira abaixo a entrevista completa com o goleiro do Palmeiras, Fernando Prass.

Jovem Pan: Você viveu uma situação que não tem sido comum para você nos últimos tempos de Palmeiras. Como foi ser eliminado pelo Santos perdendo a última cobrança? Veremos o Prass cobrando pênalti novamente?

Fernando Prass: Não sei… se o treinador decidir por mim pra bater, eu bato. Sem problema nenhum. Eu posso errar, posso acertar, mas uma coisa que eu nunca vou fazer é me omitir. Não vou ficar preocupado em me proteger de qualquer coisa se o clube precisa de mim. Pelo contrário, eu vou estar sempre disposto a ajudar.

JP: Com essa rivalidade acirrada entre Palmeiras e Santos, o que você acha dessas provocações que o Lucas Lima tem feito nas redes sociais e até o próprio Santos, que postou “terão que fazer mais máscaras para o pastor”?

Prass: Cada um faz o que acha que tem que fazer. A gente tem uma postura e ele tem a postura dele, alguns jogadores têm uma postura mais irreverente…sem desrespeitar ninguém, acho que não tem problema nenhum.

JP: Na Libertadores, você acha que faltou maturidade para o Palmeiras chegar mais longe na competição?

Prass: Olha, cara, faltou saber jogar a Libertadores. De repente se a gente passasse de fase, entraria muito mais forte, ou então uma possível participação no ano que vem vai nos deixar mais maduro. Porque é uma competição diferente de se jogar. É um jogo diferente. Um tipo de jogo diferente de jogar. E a gente também pegou um grupo muito forte, né. Estão aí os resultados. O do Grêmio, que era considerado o grupo da morte, o adversário do nosso grupo atropelou, praticamente, o time do Grêmio. E a gente, com certeza, se conseguir se classificar de novo pra Libertadores no ano que vem, vai entrar, mantendo esse grupo aqui, muito mais forte.

JP: Ano passado você fez uma Copa do Brasil excelente, e na Libertadores este ano, fez uns jogos muito expressivos. Da pra pensar em Seleção Brasileira?

Prass: Ah, é difícil. Mas é o que eu sempre falo: eu vou tentar até o dia que eu parar de jogar. Enquanto eu estiver jogando em um time grande como o Palmeiras, eu vou tentar. Mas óbvio que, hoje, eu sei que as minhas chances são muito pequenas. Então o que eu tenho que fazer é pensar no Palmeiras como se fosse minha Seleção e alcançar os meus objetivos aqui dentro do clube.

JP: No Palmeiras, você virou um pegador de pênalti. E os goleiros hoje em dia estão pegando mais penalidades. Qual que é o jeito certo de bater pênalti?

Prass: Cara, acho que é muito difícil (saber o jeito certo). O pênalti mais difícil pro goleiro pegar é o pênalti alto. Mas aí também tem muita chance de erro. Qualquer mínimo descuido ela pode subir, bater no travessão ou ir pra fora. Então o pênalti mais difícil é o pênalti que é batido alto e com força. Mas em compensação é um pênalti muito mais arriscado.

JP: O Palmeiras tem goleiros jovens e a gente sabe que sempre foi um clube que revelou bastante jogadores dessa posição. Como que é o seu relacionamento com o Vinicius e os outros jogadores da base?

Prass: O relacionamento é bom, é normal. A gente, por ser mais velho, por ser mais experiente, é óbvio que a gente procura adiantar algumas coisas até pro menino, de repente, não precisar errar as mesmas coisas que a gente errou e que a gente viu as outras pessoas errando. E isso te ajuda a peneirar algumas etapas. Claro que tem algumas coisas que você só vai aprender sentindo na pele. Mas tem outras que você pode aprender através da observação, de um conselho, de alguém que já tem um tempo maior no futebol. E isso te ajuda a amadurecer e a desenvolver as suas potencialidades mais rápido.

JP: Falando do futuro, com esse tempo pra trabalhar e com o atual elenco, da pra falar que o Palmeiras é um dos favoritos ao título do Brasileirão?

Prass: Ah, cara, o Brasileiro é muito complicado de falar de favoritismo. O Palmeiras é um dos que vão, isso analisando agora antes da competição, brigar pela parte de cima. Agora, se fosse campeonato inglês, campeonato espanhol, italiano, você conseguiria cravar com muito mais certeza. Agora, no Brasileiro, se for pegar, o equilíbrio é muito grande. É difícil colocar alguém como favorito.

JP: O que o time pôde fazer, de diferente, nesse período sem jogos que pode deixar o torcedor palmeirense mais esperançoso para a Copa do Brasil e o Brasileirão?

Prass: A gente pôde trabalhar e é o que a gente está fazendo. A gente teve tempo pra trabalhar tudo: parte física, parte técnica, parte tática…o que o Cuca não tinha tido tempo ainda. O Cuca, praticamente, estava só na conversa com a gente. Pouquíssimos treinos, por causa das duas competições simultâneas, viagens, e agora não. Agora a gente está indo pro campo e está trabalhando dentro do campo as situações que o Cuca gostaria que a gente fizesse.

JP: Qual que é a principal diferença entre o Marcelo Oliveira e o Cuca?

Prass: Ah, cara, quando se fala de diferença, se eu for citar as diferenças aqui vão dizer que o fulano é melhor que o ciclano, ou o ciclano é pior que o beltrano. Cada um tem as suas características. O Marcelo é um cara mais tranquilo, o Cuca é um cara mais agitado, e aí depois a gente vai entrar em ideias, em metodologias e ideologias de futebol e aí cada um tem a sua. O Marcelo tinha um esquema dele favorito, o Cuca já é um cara que faz mais variações, é complicado falar em diferença de um pra outro. Mas as principais, que eu posso falar, são em termos de comportamento.

JP: Quais são os times favoritos nesse Brasileirão?

Prass: Ah, cara, difícil. Grêmio, Inter, Atlético Mineiro, Corinthians, Santos, Flamengo…é muito time bom, cara. É muito equilibrado. Hoje eu não vejo no Brasil um time que esteja acima da média. Falaram muito do Atlético-MG, agora o Atlético-MG teve dificuldades no campeonato estadual, mostrou que também está nesse mesmo nível dos outros clubes, então é tudo muito equilibrado. Se fosse citar, eu citaria uns dez clubes, eu acho, que estariam muito bem pra disputar o título.

JP: Pra finalizar, o Cuca já falou em duas ocasiões que o Palmeiras será campeão brasileiro. O clube não conquista esse campeonato há 22 anos. Você e os jogadores sentem essa confiança do treinador? Da pra seguir o coro e afirmar que o Palmeiras vai ser campeão?

Prass: Se da pra afirmar? Afirmar ninguém consegue afirmar. Agora, confiar no trabalho e ter a confiança de que vai disputar o título e que vai ganhar, isso pode. Mas confirmar, não. A gente está fazendo de tudo e muita confiança de que com esse grupo a gente tem muita chance de ser campeão brasileiro.

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