Presidente da CPI das Torcidas Organizadas alerta: “há uma tragédia anunciada a caminho na final da Copa do Brasil”
A CPI das Torcidas Organizadas, presidida pelo Vereador Laércio Benko (PHS/SP) recebeu na manhã desta quarta (04), representantes das torcidas: Atevir Nogueira da Pavilhão 9, Marcelo Moisés da TUP e André Azevedo da Dragões da Real. O objetivo da CPI instaurada na Câmara Municipal de São Paulo é acabar com a violência entre torcedores.
O vereador Laércio Benko abriu a reunião afirmando que as torcidas organizadas têm que participar da estratégia para diminuir a violência, junto com Estado, Polícia Militar (PM), Ministério Público, Clubes e Torcidas. “Quero ver as famílias de volta aos estádios, com segurança, aproveitando uma das formas de lazer mais democráticas da sociedade”, afirmou Laércio. Para o vereador, quando acontece uma agressão, quem leva a culpa é a torcida organizada, ou a PM, mas na realidade quem patrocina o espetáculo são as torcidas, que pagam os ingressos, propiciam um visual bonito e a Polícia Militar está lá para garantir a segurança. “A próxima etapa da CPI será ouvir os dirigentes dos clubes e das federações que envolvem toda essa rede, esse espetáculo, que se chama futebol”.
Atevir Nogueira, diretor social da Pavilhão 9, diz que há um grande preconceito com a torcida devido ao nome, mas que o grupo surgiu de um trabalho social de reintegração à sociedade que era feito exatamente com detentos desse pavilhão. A Pavilhão representa os torcedores menos favorecidos, os excluídos. “Peço respeito à nossa torcida, quero que todos conheçam nosso trabalho social”, afirmou o presidente da torcida corintiana.
Para André Azevedo, presidente da Dragões da Real o estatuto do torcedor só prejudica os torcedores e o espetáculo que é o futebol. “Se um torcedor comete algum ato violento, a mídia fala até o CNPJ da torcida, mas protege quem praticou a violência. Quando identificamos essa pessoa, temos um protocolo de advertir, suspender e expulsar da torcida organizada”, afirmou o presidente da torcida do São Paulo.
Marcelo Moisés, presidente da Torcida Uniformizada do Palmeiras, foi outro que criticou o estatuto do torcedor. Para ele, as regras foram tão rígidas, que tiram a possibilidade do espetáculo. “O Estatuto do Torcedor deveria se chamar Estatuto do Sofredor”, brincou o presidente. Marcelo conta que a TUP pune os torcedores envolvidos em atos ilícitos. “Só combatendo a impunidade é que vamos acabar com a violência”.
Laércio Benko fechou a reunião lembrando que há uma tragédia anunciada a caminho. “A final da Copa do Brasil na Vila Belmiro, em Santos, é de uma irresponsabilidade gigante, não há estrutura para garantir a segurança nesse jogo”.
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