Presidente da DIS acusa Neymar, Santos e Barcelona de “traição”
Roberto Moreno, presidente da DIS, dona de 40% dos direitos de Neymar segundo um contrato assinado em 2009, afirmou nesta quarta-feira sentir-se “traído” por Barcelona, Santos e pelo jogador, que de acordo com a empresa “descumpriu seu compromisso” e lesou seus direitos.
O mandatário explicou, em entrevista coletiva realizada hoje em Madri, que em 2009 o Santos transferiu a Neymar 40% de seus direitos federativos e que, por sua vez, o jogador os vendeu à DIS por cerca de dois milhões de euros, o que permitia à empresa receber a mesma porcentagem em qualquer futura transferência.
Segundo a DIS, na transferência do jogador do Santos para o Barcelona, em 2013, as partes ocultaram pagamentos para reduzir a quantia que a empresa teria direito a receber, motivo pelo qual denunciou ambos os clubes, assim como seus presidentes e vices na data da operação.
A denúncia é dirigida, concretamente, contra Sandro Rosell, Josep María Bartomeu, Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro e Odílio Rodrigues, assim como contra os próprios clubes, o jogador e sua família, por supostos crimes de corrupção privada e estelionato em razão de contrato simulado. Essa denúncia foi passou a ser tramitada no dia 17 de junho e atualmente o processo se encontra sob sigilo.
Moreno defendeu que a DIS é “vítima de uma fraude” e acusou o Barcelona de mentir. Segundo ele, o clube foi informado diversas vezes do direito de cobrança sobre a transferência, mas ocultou as negociações e se omitiu da advertência.
A DIS afirma que o Santos disse à empresa que a transferência havia sido fechada em 17,1 milhões de euros, mas a operação superou consideravelmente esse número e, em 2011, incluiu um pagamento de 10 milhões de euros do Barcelona ao jogador para que Neymar rejeitasse outras possíveis ofertas, pagamento sobre o qual a DIS não obteve sua porcentagem.
Roberto Moreno explicou que a DIS buscará com ações judiciais fazer com “que se cumpra o que foi pactuado no passado”, isto é, a cobrança dos 40% do valor total da transferência, quantia que, segundo disse, “a cada dia parece maior” à medida que mais detalhes da operação são descobertos.
Esse não é o único caso de justiça aberto pelas supostas irregularidades na contratação de Neymar. Outro processo, feito por um sócio do clube espanhol, já está nos tribunais catalães, já que foca em crimes cometidos na Espanha.
Esse processo também é dirigido contra Bartomeu, Rosell e Barcelona por delitos fiscais, corporativos e de apropriação indébita.
Por esses incidentes, a promotoria pediu 2 anos e 3 meses de prisão para Bartomeu e 7 anos e 6 meses para Rosell, assim como multas de 3,8 milhões de euros e de 25,1 milhões de euros, respectivamente, e que o clube pague à Fazenda 11,4 milhões de euros como indenização e uma multa de 22,2 milhões de euros.
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