Presidente da Fifa destaca progresso no Catar e declara: ‘me sinto gay’

Gianni Infantino tentou demonstrar simpatia com grupos marginalizados que se sentem ofendidos com cultura do país sede da Copa do Mundo 

  • Por Jovem Pan
  • 19/11/2022 19h50 - Atualizado em 19/11/2022 19h52
REUTERS/Matthew Childs Gianni Infantino Presidente da FIFA Catar vem sendo alvo de críticas por seus costumes

Durante coletiva de imprensa as vésperas do início da Copa do Mundo de 2022, o presidente da Fifa Gianni Infantino defendeu os avanços em diretos humanos e sociais conquistados pelo Catar nos últimos anos e apontou que o Ocidente adota um padrão duplo em relação a como enxerga estas questões. Na tentativa de demonstrar empatia com grupos marginalizados, que se veem atacados com os costumes da sede dos jogos, ele declarou se sentir como eles. “Tenho sentimentos fortes. Hoje me sinto catariano, me sinto árabe, me sinto africano, hoje me sinto gay, me sinto deficiente, me sinto um trabalhador imigrante”, alegou. Ele acrescentou posteriormente que se sentia melhor e relembrou sua história pessoal como filho de imigrantes suíços. De acordo com ele, seu sotaque, sardas e cor do cabelo foram motivo de discriminação. Infantino afirmou que o Catar fez progressos e que empresas ocidentais não questionaram a situação do direitos dos trabalhadores imigrantes como a Fifa. “Não tenho que defender o Qatar. Eles podem se defender. Eu defendo o futebol e a injustiça. Muitos vêm e não se importam com esses trabalhadores. A Fifa se importa, o futebol se importa e o Qatar também”, pontuou.

O posicionamento veio depois do secretário-geral do Catar, Hassan Al Thawadi, defender o país das críticas que vem enfrentando. “Esta Copa do Mundo é provavelmente a mais escrita e comentada, antes mesmo da bola ser chutada. É lamentável que muitos desses comentários tenham se desviado para abraçar a desinformação, rejeitando nuances e profundidade e, muitas vezes, contando com tropos racistas baseados em estereótipos e preconceitos de longa data sobre o Oriente Médio e o mundo árabe. Isso não quer dizer que rejeitamos críticas construtivas. Estamos diretamente envolvidos e consideramos cada palavra. Garantimos que este torneio seja um farol de progresso, contribuindo para reformas trabalhistas reconhecidas internacionalmente em nosso país. Nossa visão para este torneio era que deveria servir como uma plataforma para construir uma ponte entre o Oriente e o Ocidente, reconhecendo nossas diferenças e celebrando nossa humanidade comum por meio da paixão que nos une: o futebol”, declarou.

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