Presidente da Portuguesa confia em embargar leilão do Canindé

  • Por Estadão Conteúdo
  • 15/09/2016 12h40

Leilão do Canindé Divulgação / Portuguesa Leilão do Canindé

O presidente da Portuguesa, José Luiz Ferreira de Almeida esclareceu nesta quinta-feira, em entrevista coletiva, os detalhes do leilão da parte do estádio do Canindé pertencente ao clube. E a estratégia da Lusa é clara: embargá-lo e torcer para que o momento inoportuno para a compra do imóvel, dada a crise econômica no País e as condições em que o terreno se encontra, auxilie o tradicional time paulistano a mantê-lo. 

“É jurídico agora. A Portuguesa tem que embargar a situação. Mesmo que vá a leilão, há embargos ao leilão. Duvido muito que algum investidor compre o terreno agora, porque vai sofrer muito por tudo que vai ser feito. Até porque tem o terreno da Prefeitura do lado. A pessoa vai comprar, tem estádio, ginásio.. Vai derrubar tudo? Acho que nesse leilão não acontece”, declarou.

A ideia é ganhar tempo para a chegada de um possível investidor, que ajudaria o clube a quitar suas dívidas e manter o terreno. “Há negociação com investidores em andamento. A ideia é comprar o terreno, depois o investidor analisar e acertar as dívidas. Aí, remodelar todo o terreno, construir a arena, mas também hotel, shopping… Isso já foi discutido há dois anos. Não é a melhor saída, podemos aprimorar, mas pode servir para remodelar o Canindé.”

José Luiz promete ir até as últimas instâncias para impedir que a Portuguesa perca a parte que lhe pertence de sua sede. Cerca de 45% do terreno do Canindé é do clube, enquanto os outros 55% são da Prefeitura de São Paulo. Advogado, o presidente se mostrou, inclusive, otimista em relação às chances de o leilão não acontecer.

“A presidência está contra o leilão. Faço parte de um grupo que não quer vender o terreno”, afirmou, admitindo que no clube há dirigentes a favor da venda. “De 0 a 10? Acho que a chance de o leilão não acontecer é de 7.”

Dívidas trabalhistas fizeram com que a Justiça decretasse o leilão da parte do Canindé pertencente à Portuguesa. A ação original, de 2002, foi aberta pelo ex-jogador Tiago de Moraes Barcellos, mas o clube também possui outras pendências, inclusive com nomes mais conhecidos, como Rogério Pinheiro e Ricardo Oliveira, e de quase R$ 15 milhões de IPTU.

O processo corre na 10ª Vara Cível do Foro Central da Capital e, a princípio, o leilão está marcado para 7 de novembro. O site Mega Leilões deve receber os lances a partir das 15 horas, até o mesmo horário do dia 9. O lance inicial está estipulado em R$ 154.296.529,68. “Agora, a Portuguesa está tentando buscar uma posição para que o leilão seja suspenso através de uma impugnação específica analisada por especialistas de renome contratados.”

Se já não bastassem os problemas extracampo, a Portuguesa corre sérios riscos de cair para a Série D do Campeonato Brasileiro no próximo fim de semana. Precisa vencer o Tombense domingo, fora de casa, e torcer por tropeço do Macaé contra o Botafogo-SP, no Rio.

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