Presidente da Portuguesa revela ameaça e explica renúncia: “sem clima”
Jorge Manuel Marques Gonçalves renunciou à presidência da Portuguesa depois de muita pressão
Jorge Manuel Marques Gonçalves renunciou à presidência da Portuguesa depois de muita pressãoHoras depois de renunciar à presidência da Portuguesa após apenas um ano de mandato, o agora ex-mandatário principal do clube paulista, Jorge Manuel Marques Gonçalves, participou da edição desta quarta-feira do programa Esporte em Discussão, da Rádio Jovem Pan. Ele explicou os motivos que o fizeram abandonar o maior cargo da Lusa.
De acordo com Gonçalves, os maus resultados dentro de campo e algumas divergências internas não o deixaram outra opção a não ser pedir para sair do clube. O ápice da pressão aconteceu no último domingo, durante a partida contra o Rio Branco, no Canindé, pela antepenúltima rodada da Série A2 do Campeonato Paulista. O time rubro-verde foi derrotado por 2 a 0, e o presidente foi ameaçado de agressão.
“Poderia elencar vários motivos para a minha renúncia, mas, no geral, entendi que não havia mais clima para que eu permanecesse no clube. No domingo, fui assistir ao jogo contra o Rio Branco e, com medo, sequer levei meu filho ao estádio. Um pouco antes do intervalo, a segurança me pediu para sair do Canindé para preservar a minha integridade física, porque havia chance de eu ser agredido. Não tinha mais clima. A Portuguesa precisa encontrar o seu caminho e espero que a minha saída seja benéfica para o clube“, afirmou o agora ex-presidente lusitano.
Neste momento, a Portuguesa ocupa a 13ª posição da Série A2 do Campeonato Paulista e corre sérios riscos de ser rebaixada à terceira divisão estadual. A duas rodadas do fim da primeira fase, a distância para a zona da degola é de apenas três pontos. A crise ficou insustentável nos últimos dias. No fim de semana, torcedores invadiram o CT para cobrar o elenco. Já na segunda-feira, o treinador Ricardinho foi demitido.
Com o presidente, as críticas eram direcionadas a algumas atitudes controversas tomadas por ele durante o período em que ficou à frente do clube. Gonçalves alugou o ginásio lusitano para uma igreja, terceirizou alguns departamentos da agremiação e fez contratos para além do período de sua gestão. “Se houve algum erro durante a minha gestão, foi mais por causa de uma coisa que a gente chama de estado de necessidade. Muitas vezes, não há outra alternativa a não ser tomar as atitudes que foram tomadas“, justificou.
“No contrato com a igreja, havia uma cláusula que permitia que a gente pedisse a restituição do ginásio quando quiséssemos, e, aí, eles teriam 30 dias para desocupar. Não via nenhum problema em recuperar o imóvel assim que solicitássemos“, explicou o ex-presidente. “Foram contratados escritórios terceirizados, sim, e dentro de valores adequados ao mercado. Acho que fiz a coisa certa, porque, em 2013, fomos rebaixado no Brasileiro por eventual erro no acompanhamento do tribunal”, cutucou.
O descenso de três anos atrás, por sinal, foi extremamente criticado por Gonçalves. “Eu não descobri nada com relação à venda da vaga por parte da Portuguesa ou qualquer coisa desse tipo. O que sei é que fomos muito incompetentes em cuidar do nosso próprio interesse. Se houvesse algum cuidado, teríamos um controle efetivo das suspensões e, aí, não haveria como ninguém prejudicar a Portuguesa. Minha obrigação era que isso não acontecesse novamente, por isso fui atrás de escritórios especializados“, afirmou.
Com a renúncia de Jorge Manuel Marques Gonçalves, quem vai assumir a presidência da Portuguesa, ao menos por enquanto, é o presidente do Conselho Deliberativo do clube, Leandro Silva Teixeira Duarte. Ele é filho de Oswaldo Teixeira Duarte, dirigente que comandou a Lusa entre as décadas de 1970 e 1980 e dá nome ao estádio do Canindé.
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