Presidente do Barcelona prestará depoimento sobre crime fiscal no caso Neymar

  • Por Agência EFE
  • 12/02/2015 11h31
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Agência EFE Josep Maria Bartomeu - barcelona

O presidente do Barcelona, Josep Maria Bartomeu, prestará depoimento nesta sexta-feira na Audiência Nacional da Espanha para responder à acusação de ter cometido crime fiscal na contratação do atacante Neymar, caso em que o clube também responde como pessoa jurídica.

O dirigente será ouvido pelo juiz Pablo Ruz às 11h locais (8h em Brasília). Um relatório feito pela Fazenda Pública espanhola calculou que Bartomeu cometeu uma fraude de 2,8 milhões de euros (cerca de R$ 9 milhões) durante exercício de 2014.

Bartomeu é o segundo presidente do clube envolvido no caso. O brasileiro Sandro Rosell, que deixou o cargo por causa do escândalo em janeiro do ano passado, é acusado de cometer dois delitos fiscais entre 2011 e 2013.

Sobre Bartomeu, o juiz afirmou que existem “indícios suficientes para a investigação sobre um possível novo delito contra a Fazenda Pública no pagamento do imposto correspondente ao ano de 2014”.

O relatório aponta que o Barcelona deixou de pagar à Receita 2,6 milhões de euros pelos 5 milhões que “derivam do contrato de reconhecimento pelo descumprimento do contrato de 2011 pelo FCB, assinado em Barcelona em 3 de junho de 2013”. No acordo, o clube reconhecia a obrigação de pagamento a Neymar de 40 milhões de euros, conforme o órgão de fiscalização.

O promotor do caso, José Perals, defende que o clube era obrigado a pagar impostos sobre a operação “porque o jogador já era residente fiscal na Espanha nesse ano”.

O Barcelona discorda da avaliação do promotor. Ricardo Riverola, um dos advogados que defende Bartomeu e o clube, afirma que a Fazenda recebeu mais dinheiro do que era devido pelos catalães.

“A questão é se isso ocorreu em 2013 ou 2014. O clube pagou mais do que estão pedindo. Isso não deveria ter chegado neste ponto. É um problema que deveria ser resolvido pela via administrativa, pois é puramente interpretativo”, comentou.

Em fevereiro de 2014, o Barcelona pagou 13,5 milhões de euros (R$ 43,7 milhões) à Fazenda como uma forma de “regularização voluntária” pela fraude fiscal na transferência de Neymar. E justificou que o pagamento teve o objetivo de “dar cobertura às eventuais interpretações que possam dar a todos os contratos assinados na contratação do jogador”.

Bartomeu tem criticado a atuação do promotor, considerando o caso como um “ataque político e esportivo” contra o clube. E chegou a afirmar que “alguns poderes do Estado não gostaram da vinda de Neymar para o Barcelona”.

Em recente entrevista à emissora “8TV”, o dirigente reiterou que, no depoimento, insistirá com o juiz do caso que o clube não cometeu nenhum crime. Bartomeu ainda alega que o Barcelona pagou “apenas” 57 milhões de euros (R$ 174 milhões) pelo craque brasileiro.

“Mantemos isso e declararemos de novo perante ao juiz. O documento da procuradoria fala de outro valor, mas não é isso que pagamos”, afirmou o presidente sobre o cálculo de Perals, que aponta um valor total de 82,7 milhões de euros (R$ 252 milhões) pela transferência.

Além disso, Bartomeu diz que as acusações são uma espécie de retaliação pelo apoio recente dado pelo Barcelona à independência da Catalunha.

O clube já alertou que não está disposto a concordar com as condições da Fazenda enquanto permaneçam na acusação as palavras “delinquir e fraudar”, afirmou o presidente, que avalia que “certos poderes não gostam da linha seguida pelo Barcelona e iniciaram um trabalho para desestabilizar o clube”.

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