Presidente do Ibrasurf compara fase do surfe com o tênis e diz: “temos que aproveitar”

  • Por Jovem Pan
  • 16/01/2016 15h00
Facebook/Reprodução Campeão do Mundo em 2014

O Brasil vive um momento mágica no surfe. São dois campeões mundiais no WCT nos últimos dois anos, um campeão do WQS (divisão de acesso), um campeão mundial júnior e dez atletas na elite do surfe, o WCT. A fase espetacular do país no esporte não parece ser passageira e para o presidente do Instituto Brasileiro de Surfe, Alexandre Zeni, há aspectos que mostrar que o Brasil se tornou realmente uma potência mundial quando o assunto é pegar onda.

Acostumado a trabalhar em projetos que visam o desenvolvimento do surfe no país, conversou com exclusividade com a Rádio Jovem Pan e festejou a fase do esporte no país.

“Hoje estamos vivendo o melhor momento da história. Temos dois campeões mundiais do circuito profissional. Acabamos de ganhar o mundial júnior. Ganhamos também o título do WQS com o Caio Ibeli. O Brasil está na crista da onda, é um momento mágico, chegamos ao topo do surfe mundial. E hoje podemos afirmar que, além do melhor momento do surfe do Brasil, podemos arriscar a dizer que o Brasil é a maior potência do surfe mundial”, declarou o presidente do Ibrasurf.

“Todos esperavam que isso chegasse tão cedo, é um resultado bem bacana. E temos que aproveitar esse momento e ouro no surfe para que o esporte cresça cada vez mais aqui no país”, completou.

O sucesso dos surfistas brasileiros vindos com títulos de Gabriel Medina em 2014 e Adriano de Souza em 2015, faz o país lembrar o boom de outro esporte em terras tupiniquins: o tênis, que viveu grande momento com Guga no final dos anos 90 e início dos anos 2000. Para Alexandre zeni, se o tênis não aproveitou a oportunidade para crescer no país, com o surfe será diferente, e alguns aspectos explicam isso.

“Eu conto duas coisas que diferenciam o surfe do tênis: a primeira é que no caso do tênis, o Brasil tinha um único atleta que era o Guga, e não tinha mais um pessoal com ele. No caso do surfe, mostramos que temos o Mineirinho, Medina, Filipe Toledo, Miguel Pupo, Alejo Muniz, Caio Ibeli, Alex Ribeiro, Jadson André. Não temos apenas um atleta despontando entre os melhores do mundo. Temos cinco ou seis atletas com chances reais de brigar pelo título mundial. Isso já diferencia do tênis. Não está nas costas de um só”, comentou.

“O outro aspecto é que o surfe hoje tem um mercado que é movimentado pelo estilo do surfe. Muitas pessoas que consomem produtos de surfe não são praticantes. São pessoas que simpatizam e são atraídos pelo estilo de vida. Na época do Guga, quem participou desse movimento eram os praticantes. A maioria dos consumidores do mercado de surfe eram praticantes, e no surfe é diferente: temos muito mais gente envolvida nessa cadeia, não só o praticante, mas a pessoa que aderiram ao estilo de vida e movimentam o mercado”, completou Zeni.

Há 18 anos trabalhando com o desenvolvimento do esporte nas águas tupiniquins, Alexandre, que comanda o Ibrasurf, destacou aspectos em que o país pode trabalhar para manter o ótimo momento dos surfistas nacionais no futuro.

“O que temos que fazer é aproveitar a exposição de mídia, esses novos ídolos, as personalidades que se tornaram esses atletas. Estimular, fazer trabalhos de base bem feitos com as federações, fazer circuitos amadores com a criançada para que eles peguem o gosto de competir desde cedo e possam manter essa hegemonia brasileira”, explicou.

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