Presidente do Vitória não crê em ‘entregada’ e cita motivos para fase difícil

  • Por Jovem Pan
  • 02/12/2014 16h32

Vitória está em situação delicada Folhapress Jogadores do Vitória se reúnem

O Vitória está em situação bastante complicada no Campeonato Brasileiro. Precisando de um triunfo contra o Santos e ainda tendo que torcer para o Palmeiras não superar o Atlético-PR na última rodada, o clube baiano necessita de muita competência e um pouco de sorte para escapar de cair para a Série B.

Em entrevista à Rádio Jovem Pan, o presidente do Vitória, Carlos Falcão, falou sobre as perspectivas da equipe para este final de temporada e destacou os motivos que, segundo ele, foram peremptórios para que a equipe chegasse a um cenário tão delicado dentro da competição.

“A gente jogou o primeiro turno todo fora de casa. O Vitória foi um clube nômade. Nós fechamos nosso estádio para atender às reformas exigidas pela Fifa, já que nós fomos centro oficial de treinamento, e com isso a gente fez partidas em arenas, no Pituaçu, em outras cidades, e a gente sabe que, historicamente, isso prejudica muito. O próprio Cruzeiro, quando fechou o Mineirão, teve dificuldades. O Internacional, no ano passado, teve dificuldades. Quando você fecha seu estádio e vira um clube nômade, você normalmente tem dificuldade e isso aconteceu com o Vitória no primeiro semestre”, disse o mandatário. “Nós fomos muito mal no primeiro turno, fizemos apenas 15 pontos, no segundo, até a última rodada, fizemos 23. Claro que não foi só isso, as contratações não deram a resposta necessária. A gente procurou manter a base que foi quinto lugar no ano passado. Dos 11 jogadores que jogaram a última partida da Série A no ano passado, nós renovamos com oito, mas infelizmente esses atletas não deram a mesma resposta nesse ano. As contratações que foram feitas para suprir também não responderam. Essa combinação de jogar fora de casa no primeiro semestre e contratações que não responderam levou o Vitória a essa situação ruim”, analisou.

Ao ser questionado sobre a indignação de Richarlyson após a partida contra o Flamengo, na rodada passada, o presidente do Leão preferiu não comentar as declarações do jogador, que detonou o árbitro e disse que vai se aposentar, mas não poupou críticas à arbitragem da partida.

“Eu não sei a análise que vocês fazem, até porque vocês estão distantes, mas aquele jogo contra o Flamengo, e eu não vou comentar declarações de Richarlyson, mas o pênalti que ele (árbitro) não marcou foi escandaloso. Eu estava muito perto e foram dois seguidos. Ele levou o primeiro, se levantou e levou o segundo. O árbitro ainda puniu nosso jogador com o cartão amarelo, expulsa outro. Se a gente tivesse uma postura mais dura da CBF, aquele árbitro era para ter sido suspenso”, criticou.

O Vitória também está envolvido em disputa judicial contra o Atlético-PR e, apesar de a mídia estar veiculando boatos de uma possível ‘entregada’ do clube paranaense, que enfrenta o Palmeiras na última rodada e, caso perca, rebaixa o time baiano, Carlos Falcão prefere exaltar o profissionalismo dos atletas do Furacão e rechaça a ideia de que a disputa extracampo possa influenciar no campeonato.

“Eu não acredito. O Vitória tem uma disputa judicial com o Atlético-PR (envolvendo o lateral direito Léo) e, para deixar registrado, que a gente venceu em primeira instância, e não vejo isso sendo comentado. Pelo contrário, comenta-se que o Vitória tem uma dívida com o Atlético-PR e não é verdade. O Atlético-PR tem uma ação que perdeu contra o Vitória e, inclusive, recorreu. Em relação ao caso Dinei, que eles também comentam, nós estamos só esperando ser citados para provar que fizemos todos os pagamentos e, novamente, eles irão perder, porque nós temos os recibos de todos os pagamentos feitos”, falou. “Acho que isso não chega ao campo não. Sabemos que o futebol brasileiro é um futebol no qual os atletas mudam de clube o tempo todo e não acredito que nenhum atleta que esteja hoje no Atlético-PR queira ficar com essa mancha de ter facilitado um jogo. Se houver indícios mais consideráveis sobre isso, acho que deixa de ser um problema do Vitória e passa a ser um problema de polícia, de STJD. Eu prefiro não supor isso, pois tenho certeza que, na hora que o jogo começa, isso tudo fica para trás e o Atlético vai fazer o seu jogo”, completou.

Por fim, o dirigente projetou a rodada decisiva e disse que a diretoria vê uma resposta boa do grupo.

“Óbvio que a grande decisão dessa semana é esse jogo contra o Santos, que pode selar nossa permanência na Série A. A situação é difícil, a gente sabe disso, mas o Vitória é um clube de superação. Não vai ser a primeira vez que a gente se depara com isso. Cabe agora ao nosso grupo dar a resposta. Todas as condições foram dadas pela diretoria para que eles respondam. E vamos torcer para que a combinação de resultado do jogo do Palmeiras com o Atlético-PR nos favoreça e a gente vença o jogo”, finalizou.

Ouça a entrevista completa de Carlos Falcão no áudio acima.

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