Presidente e advogado da Federação dos Atletas de Futebol apontam para greve
Um grupo de torcedores do Corinthians invadiu o CT e cometeram atos de vandalismo
Torcedores do Corinthians invadiram CT Joaquim GravaAs cenas de violência vistas no último sábado, quando o CT do Corinthians foi invadido e jogadores e comissão técnica ficaram presos por três horas, escondidos dos torcedores, fez com que a Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol (Fenapaf) tomasse atitudes, e juntamente com o Bom Senso FC, cogitasse uma greve.
A Jovem Pan ouviu com exclusividade o advogado da Fenapaf, Décio Neuhaus, e o presidente da Federação, Rinaldo Martorelli, que confirmaram as ações. “Já estamos em estado de greve, há três meses. Estamos em contato com o Paulo André [zagueiro do Corinthians e principal porta-voz do Bom Senso] para ver se conseguimos reunir os grandes clubes de São Paulo para na quarta-feira já mostrarmos a força. A greve é um instrumento importante, e podemos deflagrar porque é um caso urgente, para poder obrigar os entes públicos a dar um pouco mais de foco e energia aos problemas e resolução de fatos tão graves”, explicou Martorelli.
O advogado também reforça essa posição, e informa que os problemas estão acontecendo em todo o país: “É a violência das torcidas em São Paulo, o calor no Rio Grande do Sul. A CBF não quer tomar conhecimento das reivindicações sejam elas pelo Bom Senso ou pela Fenapaf e isso está encurralando os atletas para tomarem uma decisão, provavelmente de greve”.
Ele ainda informou que a Federação está em contato com o presidente do Coritiba, Vilson Ribeiro de Andrade, que havia se posicionado a favor das ações dos atletas, como nas manifestações antes de algumas partidas no ano passado.
Para Décio os episódios vistos no CT do Corinthians são preocupantes, e garante que como está não dá para ficar. “Eu não consigo entender o nosso país. Com políticos corruptos a população fica inerte, em futebol enfurece. Tá na hora de medida drástica da parte dos atletas”. Martorelli também destaca que estão realizando ação conjunta com a Secretaria de Segurança Pública para não permitir mais estas coisas.
“Vamos fazer uma ação conjunta para ver se consegue espantar esses vagabundos de uma vez por todas do futebol brasileiro. Resultado ruim no campo não pode proporcionar agressão física, ameaça e pressão psicológica ao trabalhador que está lá tentando sobreviver à custa do trabalho”. Ele ainda confirma a possiblidade de greve já para esta semana, como uma forma de mostrar para o mundo do futebol que não toleram situações de violência.
Décio destaca que a paralização seria uma questão histórica para o país, e que deve acontecer nacionalmente, pois os problemas assolam todos os clubes. “Salário atrasado, calor, TV que não se preocupa, CBF e Federações que não se preocupam. Quem administra não está dando peteca nenhuma”.
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