Primeiro dia da seleção brasileira em Teresópolis tem protestos e avaliações

  • Por Agencia EFE
  • 26/05/2014 18h54
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Bruno Guedes e Manuel Pérez Bella.

Teresópolis, 26 mai (EFE).- “E no Maraca, enquanto a bola rola, não tem saúde, não transporte, não tem escola”, frase cantada por professores que fizeram manifestação na principal entrada da Granja Comary, marcou o primeiro dia de preparação da seleção brasileira para a Copa do Mundo.

Protestos populares aconteceram desde a saída dos jogadores de um hotel localizado próximo ao Aeroporto Internacional do Galeão, onde jogadores se encontraram nesta segunda-feira e juntos vieram para Teresópolis, mais precisamente para a Granja Comary, onde o time de Luiz Felipe Scolari vai se preparar para a Copa.

Na capital fluminense, manifestantes furaram bloqueios, chegaram a socar a lataria do ônibus onde estavam jogadores, colaram adesivos com palavras de ordem contra a Copa e ainda vaiaram os 22 jogadores – Marcelo se apresentará amanhã, já que ganhou folga extra por ter disputado a final da Liga dos Campeões.

Por conta disso, o veículo chegou sob forte aparato de segurança à Granja Comary. Motos, carros e até um helicóptero da Polícia Rodoviária Federal, além de viaturas da Polícia Federal e da Polícia Militar foram utilizados para acompanhar o elenco.

Dessa vez, os jogadores não chegaram a ser incomodados, e ainda receberam apoio de muitos torcedores que vestiam camisas verde e amarelas, ostentavam bandeiras e gritavam o nome dos jogadores preferidos.

No fim da tarde, professores ligados ao Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro (Sepe-RJ) protestaram perto do portão principal da Granja Comary. Cerca de 50 pessoas participaram do ato pacífico.

O policiamento no local foi reforçado, mas o clima foi durante todo o tempo tranquilo. Os agentes solicitaram aos manifestantes que não bloqueassem a via principal e para que avisassem com antecedência a data de outros atos. Apesar disso, o coordenador de seleções, Carlos Alberto Parreira, minimizou todos os incidentes.

“Houve um contratempo no início (na saída da capital fluminense), com 200 pessoas no máximo. Tenho certeza absoluta que a seleção é um patrimônio cultural e esportivo do Brasil. E vai ter todo apoio. Cada um vê o lado que quiser, não houve problema com a gente aqui”, afirmou.

Os jogadores, aliás, chegaram, almoçaram, e depois se apresentaram para o primeiro compromisso, voltado a atender os patrocinadores da CBF. Houve poses para fotos, autógrafos para convidados e até um animado duelo no videogame entre Neymar e Fred – vencido pelo atacante do Barcelona.

Só depois disso a preparação enfim começou, com os primeiros exames médicos e testes físicos, que apontarão o estado de cada atleta, para indicar individualmente a melhor preparação a ser feita.

“Ninguém está machucado. Não existe preocupação”, garantiu o auxiliar técnico Flávio Murtosa em entrevista coletiva.

O coordenador de seleções, Carlos Alberto Parreira, falou sobre a condição física de Neymar, já que o craque sofreu lesão no pé recentemente e, até o momento da convocação, era preocupação dos brasileiros.

“O fato de ele (Neymar) ter jogado 30 minutos na final contra o Atlético de Madrid mostra que já está recuperado de contusão”, garantiu, se referindo à última rodada do Campeonato Espanhol, disputada há pouco mais de uma semana.

Parreira, campeão mundial em 1994, que participou da coletiva com Murtosa, voltou a falar de favoritismo brasileiro na Copa do Mundo, apesar de garantir que não se trata de “oba-oba”, que de acordo com o auxiliar de Felipão custou o título em 1950.

“Temos a melhor zaga do mundo, nós temos um timaço. jogadores experientes, com qualidade, experientes, jogando em casa. Nós somos favoritos sim, não temos obrigação, mas somos favoritos. Só que favoritos também perdem”, afirmou o comandante do tetra.

Ao falar de como a comissão técnica está preparada para a Copa, Parreira afirmou que 16 seleções já foram estudadas em mínimos detalhes, e já cravou a “eliminação” de uma seleção do grupo B, que cruzará com o grupo do Brasil na Copa.

“Já estudamos Espanha, Holanda e Chile”, disse o coordenador, esquecendo-se da Austrália.

Parreira ainda repetiu a “eliminação prévia” ao falar dos possíveis rivais das quartas de final, que podem vir do grupo D. Segundo o técnico campeão em 1994, qualquer um entre Uruguai, Itália e Inglaterra poderá se classificar, já deixando a Costa Rica de fora.

Segundo a CBF, a programação de amanhã começa às 7h (horário de Brasília) para os jogadores, que 40 minutos depois retomarão o processo de avaliação iniciado hoje e que ainda tomará a parte da tarde.

A bola só rolará nos gramados da Granja Comary a partir desta quarta-feira, com os primeiros treinos técnicos e táticos comandados por Felipão. EFE

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