Privatização de Interlagos não preocupa, mas F-1 vê Rio como “plano B”

  • Por Estadão Conteúdo
  • 26/06/2017 18h28
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Os planos do prefeito João Doria de privatizar o Autódromo de Interlagos não preocupam o GP do Brasil de Fórmula 1. Mas, por precaução, o promotor do evento, Tamas Rohonyi, já tem um plano B. A corrida, que vem sendo disputada em São Paulo desde 1990, poderia voltar ao Rio, onde o evento foi realizado na década de 1980.

“O plano B é a cidade do Rio de Janeiro. Todos os prefeitos do Rio dos últimos 20 anos pediram para a gente voltar para o Rio. Mas há 20 anos temos contrato em São Paulo. Nunca surgiu nem a oportunidade para discutir o assunto. Se surgir, certamente conversaremos”, afirmou Rohonyi ao Estadão, nesta segunda-feira (26).

A nova ameaça sobre o GP em São Paulo teve início com a eleição de Doria em outubro do ano passado. Uma de suas metas é privatizar diversos equipamentos públicos da capital, incluindo o Autódromo de Interlagos, na zona sul. E a venda do circuito traria natural incerteza sobre a permanência da corrida na capital paulista.

No Rio, o GP teria casa nova porque o antigo autódromo de Jacarepaguá, que recebia as corridas nos anos 80, foi demolido em 2012 por conta das obras dos Jogos Olímpicos de 2016. “Seguramente, se a decisão do prefeito do Rio e dos proprietários da F-1 for de voltar ao Rio, o autódromo seria ‘zero bala’, construído de acordo com as normas atuais”, previu o dono dos direitos do GP da F-1 no Brasil.

No entanto, ele espera que o plano B não seja necessário. “Estamos conversando com o prefeito e com a pessoa responsável pelo projeto de privatização. E já ficou claro que a decisão do senhor João Dória é a de que quem adquirir o direto de explorar o terreno do autódromo terá a obrigação de cumprir com todas as responsabilidades da prefeitura para com o GP, conforme especificado em contrato”, disse Rohonyi.

Confiante, ele acredita que a eventual privatização do circuito não deve afetar a vocação automobilística do local. “É o único autódromo internacional de licença 1 do Brasil. Acho que o prefeito entendeu que perder este autódromo seria o fim do automobilismo do Brasil”, declarou.

Mas Rohonyi admitiu que a eventual concessão do território preocupa pela possibilidade de danos ao traçado durante a realização de outros eventos sem conexão com automobilismo, caso dos shows, por exemplo. É comum que caminhões usem a pista para o transporte da infraestrutura de palco, o que pode danificar o asfalto. 

“Claro que essa é uma preocupação dos proprietários do autódromo porque, para a F-1, o padrão da pista precisa ser elevado”, disse Rohonyi, citando o contrato da prefeitura com o GP. “Só que tem um custo. Eu fico preocupado, e até chateado, quando dizem ‘puxa vida, a F-1 custa uma fortuna para recuperar a pista’. Não é a F-1 que estraga a pista. Quem estraga a pista são os outros eventos”.

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