Programas de despoluição da Baía de Guanabara são suspensos

  • Por Agência EFE
  • 03/03/2015 18h34

Programas de despoluição da baía de Guanabara foram suspensos faltando pouco para as Olimpíadas

Folhapress Baía de Guanabara e seu lixo

A Secretaria de Estado do Ambiente (SEA), do Rio de Janeiro, anunciou nesta terça-feira a suspensão de dois programas de despoluição da Baía de Guanabara, onde acontecerão as provas de vela dos Jogos Olímpicos de 2016.

Os projetos EcoBarcos e EcoBarreiras foram considerados ineficientes pelo próprio órgão do governo fluminense. O primeiro, que se trata do uso de navios para coletar aproximadamente 45 toneladas por mês e custa R$ 300 mil por mês, foi definido como “para inglês ver”.

“Não há nenhuma inteligência orientando o trajeto dos barcos. Qualquer gestor público responsável, identificando essa situação, para evitar o uso ineficiente dos recursos públicos, faria um freio de arrumação”, afirmou o secretário de Estado do Ambiente, Antônio da Hora, em nota.

A decisão foi tomada pela SEA há cerca de 20 dias, e nela, o serviço fica suspenso. Segundo Da Hora, como estão, os EcoBarcos são menos eficientes do que qualquer problema que vise impedir o lançamento de detritos na Baía de Guanabara.

“Infelizmente se privilegiou os EcoBarcos, em detrimento à estrutura mais profissionalizada e funcional de EcoBarreiras. É óbvio que evitar a entrada de lixo, na Baía de Guanabara, é muito mais eficiente do que recolhê-lo ao sabor de correntes e marés”, explicou o secretário.

Já estabelecido, o projeto EcoBarreiras também foi criticado pela SEA, que o considera “primitivo, com estruturas frágeis que se rompem ou são cortadas facilmente para a passagem de pequenas embarcações”.

O sistema se dá através de financiamento de R$ 100 mil, pago pela Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro a uma federação de catadores, como uma espécie de contrapartida ao cumprimento da lei 3.369 de 2000, que obriga os supermercados a terem uma política de reutilização de materiais recicláveis.

“O sistema de coleta de lixo no entorno da Baía de Guanabara, atribuição dos municípios, não tem se mostrado eficiente. E é em função disso que o estado está fechando um novo projeto de implantação e operação de novas EcoBarreiras, mais robustas, tendo como exemplo outras experiências no mundo”, detalhou o secretário.

Inicialmente, os organizadores dos Jogos de 2016 se comprometeram a reduzir em 80% os níveis de poluição da Baía de Guanabara, até o início do evento. Na semana passada, o governador Luiz Fernando Pezão admitiu que esta meta pode não ser atingida.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.