Promessas dividem atenção com ídolos em ano cheio de conquistas para o Brasil
Lucas de Vitta.
Redação Central, 23 dez (EFE).- Ídolos do esporte olímpico brasileiro repetiram o bom desempenho de anos anteriores em 2014, mas ganharam a companhia de atletas nem tão conhecidos no cenário nacional, que despontaram com vitórias importantes e, agora, também aparecem como candidatos às medalhas em disputa nos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro.
O duelo sadio entre a geração de consagrados e das novas esperanças do país ficou simbolizado na 16ª edição do Prêmio Brasil Olímpico, entregue na última terça-feira pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB). Arthur Zanetti, medalhista de ouro nas argolas em Londres-2012, venceu o troféu pela segunda vez, acompanhado das revelações da vela Martine Grael e Kahena Kunze.
Apesar de ter ficado com a prata no Mundial de ginástica artística de Nanning, na China, Zanetti foi ajudado pelo veterno Diego Hypolito (bronze no solo) e pelos jovens Sergio Sasaki e Arthur Nory a colocar o Brasil na sexta posição geral da competição por equipes, atrás apenas do chamado G-5, um resultado considerado como histórico.
Já a dupla de velejadoras, após bater na trave no ano passado, conseguiu conquistar o primeiro título Mundial de Vela na classe 49erFX, terminando assim o ano como as melhores do mundo, segundo ranking da federação internacional.
Cenário parecido ocorreu também no Mundial de Natação de piscina curta, disputado em Doha. César Cielo comandou a equipe brasileira na conquista do inédito primeiro lugar por equipes com dez medalhas no total: sete ouros, uma prata e dois bronzes. Mas acabou dividindo os holofotes com Felipe França e Etiene Medeiros.
Além de participar das três medalhas douradas dos revezamentos, França levou também dois ouros individuais nos 50m e 100m peito, se tornando o maior vencedor brasileiro em um único mundial. Etiene levou o 50m costas com estilo e não só se tornou a primeira mulher do país a conquistar uma medalha na história da competição, mas também quebrou o recorde mundial da prova.
No atletismo, Fabiana Murer era a principal esperança de medalhas para o país no Mundial de pista coberta de Sopot, na Polônia. Mas a atleta acabou decepcionando e não chegou ao pódio do salto com vara. Mesmo assim, terminará 2014 líder do ranking da modalidade feito pela federação internacional.
Quem salvou a participação brasileira foi Mauro Vinícius da Silva, o Duda, que conquistou a única medalha do país e sagrou-se bicampeão do salto à distância, repetindo a marca de 8,28m que garantiu seu primeiro título na edição de Istambul (2012) da competição.
Na preparação para o Mundial de 2015, na China, os atletas brasileiros das demais provas do atletismo dominaram as competições continentais que disputaram. Venceram o Campeonato Íbero Americano pela nona vez consecutiva, com um total de 48 medalhas – 16 de ouro, 17 de prata e 15 de bronze. E também ajudaram ao país a conquistar os Jogos Sul-Americanos de 2014, em Santiago.
Com a ajuda do atletismo, o chamado Time Brasil, que usou a competição para se preparar para o Pan-Americano de 2015 e os Jogos Olímpicos de 2016, venceu o Sul-Americano pela segunda vez na história, a primeira fora de casa. Foram conquistadas 258 medalhas, sendo 110 de ouro, 69 de prata e 79 de bronze.
Outra equipe que colaborou com o desempenho continental brasileiro foi a de Judô. No entanto, os atletas voltaram a decepcionar no âmbito internacional, depois de não obterem os resultados esperados no Mundial de 2013, no Rio de Janeiro.
A equipe brasileira saiu do Mundial de Cheliabinsk, na Rússia, também com apenas um ouro, outra vez feminino, quando Mayra Aguiar venceu a categoria meio-pesado. Maria Suellen Altheman ganhou a prata entre as pesos pesados, e Érika Miranda o bronze na meio-leve. Entre os homens, apenas Rafael Silva chegou ao pódio, conquistado o terceiro lugar na categoria pesado.
Porém, em outro esporte não tão conhecido no território nacional, o Brasil passou a ter uma nova esperança de medalha nos Jogos de 2016. Aline Silva foi medalha de prata na categoria até 75 kg no Mundial de luta olímpica de Tashkent – o melhor resultado da história do país na modalidade.
No boxe, a pugilista Clélia Costa conquistou a segunda medalha feminina do país em Mundiais. Em Jeju, na Coreia do Sul, ela ficou com o bronze na categoria até 51 kg.
Outro número inédito de 2014 foi o tamanho da delegação brasileira dos Jogos Olímpicos de Inverno, em Sochi, na Rússia: 13 atletas. Isabel Clark conseguiu o melhor desempenho do país no evento ao garantir o 14ª no snowboard cross.
A competição, no entanto, ficou marcada por um fato ocorrido antes mesmo de as provas começarem. A ex-ginasta Laís Souza, integrante da equipe de esqui aéreo, se lesionou gravemente na preparação para Sochi, no dia 27 de janeiro, e acabou ficando tetraplégica.
O caso comoveu o Brasil, mas a jovem atleta está conseguindo superar do problema. Após receber tratamento com células-tronco nos Estados Unidos, ela voltou ao país recentemente e anunciou que já conseguiu recuperar a sensibilidade nos pés.
Já entre as conquistas paralímpicas brasileiras neste ano há dois destaques. A equipe de Goalball garantiu o primeiro título da história do país no Mundial realizado na Finlândia, vencendo os donos da casa por 9 a 1 na decisão. O destaque foi Leomon Moreno, artilheiro da competição com 51 gols.
No futebol de 5, o principal atleta foi outro goleador. O pivô Ricardinho, além de artilheiro, foi eleito o melhor jogador do Mundial de Tóquio, também conquistado pelo Brasil. EFE
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