Promotor apresenta propostas e pede: “violência no futebol precisa ser vista como questão de segurança pública”

Montagem - torcidas organizadas

Nesta quarta-feira, o promotor do Ministério Público, Paulo Castilho, em reunião com o secretário de segurança pública, Alexandre de Moraes, entregará uma série de propostas para intensificar o combate à violência dentro e fora dos estádios.

O objetivo do conjunto de ações é transformar a preocupação com as questões do futebol em política de segurança pública. De acordo com Castilho, a maioria das propostas poderá ser implantada com brevidade com legislação necessária já vigente.

As principais propostas seriam a proibição de venda de ingressos a torcidas organizadas, banimentos de bandeiras e faixas das mesmas dentro do estádio, além da criação de uma delegacia especializada com um juizado do torcedor, um procedimento operacional padrão da polícia militar e proibição da venda de bebidas alcoólicas ao redor das praças desportivas.

Em entrevista exclusiva à Rádio Jovem Pan, Paulo Castilho reafirmou seu compromisso com as novas medidas que serão apresentadas. “Estou propondo que a gente enfrente o problema e dê a cara para bater. Temos que transformar isso em uma questão de estado. Temos que aproveitar a oportunidade onde o secretário de segurança pública se mostrou favorável a resolver o problema violência no futebol”.

Conheça as principais propostas

Delegacia especializada
Com ampla estrutura, a delegacia servirá para algo mais do que anotar os nomes de torcedores violentos ou lavrar um termo circunstancial. Os torcedores seriam presos, já que a nova delegacia teria poder para monitorar a vida dos acusados.

Para que isso possa acontecer, Castilho explica que o Juizado do Torcedor precisará ser reestruturado. “Daremos amplos poderes aos juízes especializados com funcionários à disposição. Além disso, queremos um promotor que conheça os casos e que dará respaldo à questão da violência”.

Procedimento operacional padrão da Policia Militar
O novo método fará com que a PM de todo o estado de São Paulo trabalhe da mesma forma em todos os estádios, dessa forma o torcedor sairá de sua casa sabendo o que ele pode levar a um estádio.

Proibição de venda de ingressos
Para Paulo Castilho, a atual venda destes ingressos fomenta a violência e alimenta torcedores mais exaltados. Além do fim da venda de ingressos especificamente as torcidas, a proposta também quer limitar o espaço e a quantidade de ingressos. Seriam destinadas apenas 500 entradas aos organizados.

Eu sou favorável em clássico de torcida quando é para se destinar a cota do visitante integralmente à torcida organizada. Se a cota do visitante for destinada a um torcedor desprovido ânimo de violência será um sucesso.

Proibição de artefatos alusivos as torcidas organizadas
Dentro do estádio, a proibição acontecerá no aspecto visual, não sendo aceitas propagandas, faixas, indumentárias, bandeiras, entre outras coisas que remetam aos organizados.

O objetivo é que os espaços sejam utilizados pelas marcas oficiais do clube. “Queremos um espetáculo limpo, bonito e que gere renda aos times para que sejam reinvestidos em prol do torcedor”, disse o promotor.

Proibição de bebidas em volta do estádio
O Ministério Público quer proibir a venda de bebida ao redor dos estádios. De acordo com a proposta, em volta do local do jogo é onde acontecem as brigas e as grandes aglomerações. As bebidas seriam vendidas de forma legalizada e controlada antes do início da partida, no intervalo e após o jogo, dentro do estádio.

“Torcedores ficam do lado de fora até cinco minutos antes de começar o jogo. Não é justo esses maus torcedores terem este tipo de privilégio. Queremos que o torcedor de família ingresse no estádio”, salienta Paulo Castilho.

Multa administrativa
Será proposta uma multa para aqueles torcedores que se comportarem mal e precisarem ser retirados do ambiente.A sugestão é de acoplar esta tarifa dentro de uma lei, com valores de R$5000 a R$ 100.000. O fisco estadual será o executante desta tarifa.