Promotor do MP defende torcida única: “risco é além da normalidade”

  • Por Jovem Pan
  • 06/02/2015 14h33
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SÃO PAULO, SP, 19.11.2014: BRASILEIRO/PALMEIRAS-SPORT - Torcedores - Partida entre Palmeiras x Sport, válida pela 35ª rodada do Campeonato Brasileiro de Futebol 2014, no estádio Allianz Parque, nesta quarta-feira (19), em São Paulo. (Foto: Ernesto Rodrigues/Folhapress) Folhapress Palmeiras cai para Sport em abertura do Allianz Parque; veja imagens

Por volta das 15h da tarde desta sexta-feira (06), ocorrerá uma reunião para definir se o clássico entre Palmeiras e Corinthians do próximo domingo, no Allianz Parque, terá apenas ingressos para torcedores palmeirenses ou não. O promotor Roberto Senise, que participará da reunião, falou  com exclusividade à Jovem Pan que não gosta da medida, mas a considera necessária e não pretende adotá-la em todos os clássicos.

“Ninguém é favorável a isso. Eu, como promotor do consumidor, sou a favor de duas torcidas no estádio. Mas, em algumas situações de caráter excepcional, nós temos de ficar preocupados e vigilantes, e tomar medidas de prevenção para a proteção da sociedade. A função do Ministério Público é essa”, disse o promotor.

Segundo Senise, houve ameaças de morte entre torcedores pela internet. “O jogo é de risco não só pelas trocas de ameaças de morte nas redes sociais, onde torcedores da Gaviões e da Mancha Alviverde, como também pela ousadia deles de pouco se preocupar com o local, ser vai ser dentro ou fora do estádio. A avaliação é que o risco desse jogo está além a normalidade”, informou.

Outro problema, de acordo com ele, é que o Allianz Parque não tem o mesmo aparato de segurança que outros estádios em São Paulo. “O estádio é uma arena multiuso, preparado para ser uma espécie de anfiteatro. Ele não tem todos os preparativos de segurança que a PM em São Paulo está acostumada a gerenciar em outros estádios. Em determinadas situações, a medida é necessária para a proteção da sociedade”.

Por fim, Roberto Senise defendeu uma reforma do Código Penal. “Deve existir a aprovação de uma lei específica que trate da responsabilidade por crimes cometidos em meio a multidões. É isso que nós temos defendido nos últimos anos, até em virtude do aumento da criminalidade entre as massas. Essa questão (da torcida única) não tem nada a ver com futebol, e sim com algo bem maior, que é a segurança das pessoas”, concluiu.

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