Promotor pede fim de escoltas a organizadas: “têm que sentir o peso da lei”
Opositor ferrenho das torcidas organizadas, o promotor Paulo Castilho tem um novo posicionamento a respeito do policiamento em jogos de futebol. Em entrevista exclusiva ao repórter Luís Carlos Quartarollo, da rádio Jovem Pan, nesta terça-feira (9), Castilho defendeu o fim das escoltas para as organizadas e cobrou que os torcedores criminosos sejam punidos no rigor da lei.
“Ninguém mais do que eu, nesses últimos 10 anos, busquei o diálogo, tratou com respeito as torcidas organizadas, utilizando dos mecanismos que eu dispunha no momento para combater a violência no futebol”, disse o promotor. “É preciso interpretar esse artigo quando sai que sou favorável a terminar com a escolta. Eu sou favorável a ter policiamento ostensivo e preventivo natural, nada de ser ‘babada’ a torcida organizada como foi nos últimos 10 anos”, declarou.
“O Estado tem que fazer a segurança normal de todos os 30, 40 mil torcedores que vão assistir uma partida de futebol. Se no meio do caminho essa torcida organizada cometer os crimes que normalmente cometem, eles têm que ser afastados do estádio de futebol e não escoltados para dentro do estádio”, disse.
Paulo Castilho destacou o trabalho do juizado do torcedor que passou a atuar nos estádios paulistas desde maio de 2015 e ainda afirmou que a PM não pode ser “babá” dos uniformizados, e sim do torcedor pacifico.
“Nós entendemos que temos que atuar com mais rigidez, mais eficiência na aplicação da lei, como temos feito nos últimos sete meses onde prendemos, punimos e afastamos dos estádios 142 torcedores com a implantação do juizado do torcedor. Sem falar dos crimes contra a vida onde temos torcedores presos e processados”, afirmou.
“Não tem cabimento sermos babás das torcidas que vão ao estádio para praticar atos de violência. Se assim se comportarem, não tem que ir para os estádios de futebol. Defendo um posicionamento natural, tranquilo. Você faz a escolta de quem é pacifico para garantir a segurança de quem está sendo escoltado. Jamais você faz a escolta para garantir que quem está sendo escoltado não pratique crimes contra terceiro. É uma incoerência”, completou Castilho.
O promotor ainda valorizou as investigações e prisões de criminosos ligados a torcidas organizadas, e pediu que os baderneiros sintam “o peso da lei”.
“Sou o primeiro a apoiar a torcida organizada, desde que se comporte de maneira pacifica e vá ao estádio para fazer festa e apoiar seu time. Nesses moldes de espalhar o terror e a violência, acho que eles têm que sentir o peso da lei. Temos várias investigações em andamento, vários líderes de torcida monitorados, já efetuamos algumas prisões”, disse.
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