Promotor rebate tese “conspiratória” da Gaviões e expõe: há um código de silêncio

  • Por Jovem Pan
  • 04/03/2016 13h43
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Paulo Castilho atua no combate à violência das torcidas organizadas há mais de dez anos

Divulgação/CBF Paulo Castilho atua no combate à violência das torcidas organizadas há mais de dez anos

Na manhã desta sexta-feira, a Gaviões da Fiel publicou nas suas redes sociais um comunicado oficial. Nele, a organizada diz suspeitar de que as agressões sofridas pelo presidente e um secretário da facção na última quarta, em um supermercado na Barra Funda, tenham sido, na verdade, formas de retaliação aos recentes protestos da torcida contra CBF, FPF, TV Globo e deputado estadual Fernando Capez durante jogos do Corinthians em Itaquera. Esta tese isentaria outras organizadas da autoria do ataque. 

Porém, em entrevista exclusiva a Wanderley Nogueira que vai ao ar neste fim de semana, na Rádio Jovem Pan, o promotor Paulo Castilho disse desacreditar nesta teoria. “É evidente que o direito penal trabalha na busca da verdade real, e nenhuma possibilidade é descartada. Mas eu acho que esta é uma teoria da conspiração muito distante e quase impossível de ser real“, afirmou Castilho. 

Tenho esta percepção por causa da minha experiência. Posso estar errado, mas isso foi uma emboscada planejada ou por dissidentes das organizadas que sabiam da reunião no Forúm, ou, pior, por algum daqueles que estiveram na reunião. Nada está descartado”, revelou o promotor, que ainda explicou por que a Gaviões publicou o comunicado eximindo ouras organizadas de culpa nas agressões“existe entre as torcidas organizadas um código de silêncio. Eles nunca falam quem são os autores dos ataquesainda que saibam. Porque, aí, ele têm o direito de se vingarem sem serem delatados“. 

Diguinho, presidente da Gaviões da Fiel, e Cristiano de Morais Souza, secretário da organizada, foram agredidos no supermercado Walmart na tarde da última quarta-feira, logo depois de uma reunião com Paulo Castilho no Fórum Criminal da Barra Funda. Estiveram no encontro representantes da Mancha Alviverde, da Independente e da Gaviões da Fiel, além do presidente da Confederação Nacional das Torcidas Organizadas. Eles, curiosamente, usaram a reunião para reclamar de um possível exagero no rigor do promotor em suas mais recentes declarações contra as facções. 

Castilho disse que o Ministério Público ainda não sabe de quem foi a autoria do ataque contra os membros da Gaviões, mas revelou que a Dra. Margarete Barreto, delegada do Drat, já está com investigações bem adiantas. Ele teme vinganças por parte da Gaviões. “Em 12 anos de dedicação ao tema, foi a primeira vez um episódio de tamanha magnitude surpreendeu às nossas expectativas nesse tanto”, definiu o promotor. 

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