Promotor teme retaliações após emboscada a integrantes da Gaviões

  • Por Jovem Pan
  • 02/03/2016 19h12
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SP - FUTEBOL/GAVIÕES DA FIEL/PROTESTO - GERAL - Integrantes da torcida organizada Gaviões da Fiel protestam em frente à Federação Paulista de Futebol, no bairro da Barra Funda, zona oeste de São Paulo, na noite desta quinta-feira, 18. Além de faixas com os dizeres "Futebol refém da Rede Globo", "CBF, FPF a vergonha do futebol" e "Ingressos mais baratos", a organizada se manifestou contra o deputado estadual Fernando Capez (PSDB), presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo. Capez é investigado em operação que busca desvendar um esquema de fraudes em merendas de pelo menos oito escolas públicas da cidade. 18/02/2016 - Foto: DOUGLAS PINGITURO/BRAZIL PHOTO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Agência Estado Paulo Castilho afirmou que espera a resolução do caso para evitar retaliação por parte da Gaviões da Fiel

Rodrigo de Azevedo Lopes Fonseca, o Diguinho, e Cristiano Morais Souza, o Cris, respectivamente presidente e primeiro-secretário da torcida Gaviões da Fiel, foram vítimas de uma emboscada nesta quarta-feira (02). O confronto ocorreu no estacionamento de um supermercado em frente ao Fórum Criminal da Barra Funda, de onde os dois vieram após uma conversa com Paulo Castilho, promotor do Ministério Público que trabalha tentando enquadrar as torcidas organizadas.

Em entrevista à Rádio Jovem Pan, Castilho contou ao repórter Wanderley Nogueira sobre a conversa que teve com os torcedores e as possíveis repercussões do caso. “As torcidas pediam há meses que eu restabelecesse o diálogo com elas. Vieram até a promotoria de justiça o presidente da Gaviões, da Mancha Alviverde e da Independente. Eles foram acompanhados pelo André, que é o presidente da Conator, que é a Confederação Nacional de Torcidas Organizadas, que também é presidente da Dragões da Real”, disse o promotor.

“Eles reclamaram que eu estava sendo muito duro com as torcidas organizadas, muito incisivo em minhas declarações, e eu ponderei que o papel do promotor de justiça, como fiscal da lei, é punir quem transgrida a lei, mas nada impedia que eles se tornassem uma torcida do bem, onde o Ministério Público seja respeitado. Eles conversaram entre eles e nós ponderamos a possibilidade de eles mudarem rigorosamente de conduta, de terem um comportamento adequado, como ingressar antes no estádio, como se comportar de uma maneira mais urbana, evitar confrontos e emboscadas, para que se tornasse aceitável o comportamento deles e passassem a ser respeitados pela sociedade, pela imprensa, pelas instituições, pelos poderes”, continuou Castilho, antes de relatar o que aconteceu após a reunião.

“Terminada a reunião, nos despedimos, e eles ficaram conversando no estacionamento do fórum, de onde saíram tranquilamente. Depois, fui surpreendido (ao saber) que o Diguinho, presidente da Gaviões, e mais um integrante da torcida, foram vítimas de uma covarde emboscada no estacionamento de um supermercado aqui em frente ao Fórum Criminal da Barra Funda. Imediatamente entrei em contato com a dra. Margarete Barreto, delegada do Drat, e ela já está investigando, apurando, ouvindo pessoas, afim de entender o que aconteceu”, disse. Segundo ele, nenhuma possibilidade é descartada.

Agora, a preocupação de Castilho se refere a possíveis confrontos por retaliação ao episódio. “Eles (da Gaviões) sabem quem participou dessa agressão, mas entre eles (torcidas organizadas) tem um código de silêncio. Há uma forte suspeita de que tenha partido de alguma torcida organizada, e, se assim o foi, com certeza não querem entregar quem foi o agressor para amanhã ou depois ter a vingança pelas próprias mãos. Isso preocupa, porque nós vamos ter aqui nos próximos dias clássicos envolvendo os times grandes, São Paulo, Corinthians, Palmeiras e Santos”, afirmou Paulo Castilho.

“Daí a importância de identificarmos rapidamente a autoria e buscar o amparo do Poder Judiciário para que a gente encontre essas pessoas, denuncie, afaste dos estádios de futebol, para que não haja aquela sensação de impunidade e a torcida Gaviões queira punir o agressor com as próprias mãos. Essa tarefa cabe ao Estado”, concluiu.

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