Psicóloga é contra choro da Seleção Brasileira e alerta: “pode ficar pior”

  • Por Jovem Pan
  • 01/07/2014 09h50

Felipão e Neymar choraram muito após a suada classificação brasileira

AFP Neymar e Felipão chorando abraçados

O duelo com o Chile pelas oitavas de final da Copa do Mundo revelou uma Seleção Brasileira com um estado emocionado à flor da pele. Depois de 120 minutos de um jogo muito duro, diversos jogadores choraram antes da decisão nas penalidades máximas, o que gerou algumas críticas por parte da imprensa. Em entrevista exclusiva à Jovem Pan, a psicológa Suzy Fleury se disse contrária ao choro de jogadores dentro do gramado e afirmou que a comissão técnica precisa trabalhar para buscar um equilíbrio, já que a tendência é que o descontrole emocional piore com a chegada de mais partidas decisivas.

Jovem Pan transmite todas as emoções de Brasil x Colômbia pelas quartas de final da Copa do Mundo com narração de Nilson César, reportagens de Luis Carlos Quartarollo e Felipe Motta e comentários de Flavio Prado e Fernando Sampaio. Intervalo e Fim de Jogo fica por conta de Wanderley Nogueira. Vander Luiz comanda o Plantão Esportivo. O Jovem Pan Online transmite, minuto a minuto, todos os lances da partida. Para acompanhar, acesse www.jovempan.com.br a partir das 17h.

Suzy discorda que um eventual choro possa fortalecer o atleta em um momento decisivo da disputa. “Pela linha cognitiva, chorar não é um indicador favorável de concentração. Sou absolutamente contra o atleta mostrar esse nível de fragilizadade nesse momento da competição. Se isso fosse significado de força, haveria um rendimento melhor. Eles estão devendo, inclusive, na questão técnica”, opina.

Mais experiente e fora do campo de jogo, a comissão técnica é que precisa dar o exemplo para os atletas. No entanto, não é o que vem acontecendo com a Seleção Brasileira, já que Rodrigo Paiva, diretor de comunicação, foi punido pela Fifa por ter agredido um chileno durante o intervalo da partida. “A comissão técnica precisa realizar um trabalho contrário. Ela precisa demonstrar e buscar um equilíbrio para a sua equipe. O descontrole é um indicador de que a coisa precisa de uma atenção especial porque, se continuar assim, vai piorar. A cada jogo decisivo os aspectos emocionais vão ser colocados à prova. É importante que a comissão técnica dê o tom e que seja uma referência de estado ideal para a equipe”, explica.

Apesar do apoio da torcida ter sido constatemente destacado e a característica agredadora de Felipão ser valorizada, Suzy aponta que esses aspectos podem jogar contra a equipe. “Cantar o hino junto com a torcida é lindo para o espetáculo, mas interfere sim no rendimento dos atletas, que ficam muito preocupados com o que acontece fora do campo. A motivação tem seu valor, mas ter atenção no que faz é o grande aliado de uma equipe durante a competição. A competição ajuda a aliviar a pressão interna”.

Ela destacou que até a preleção realizada por Scolari pode influenciar no rendimentos dos atletas na partida. “O comando das emoções está diretamente relacionado a forma de pensar. Por isso, na hora de realizar uma preleção, é importante escolher qual filme será exibido porque, às vezes, essa prática pode provocar sentimentos de tristeza e de maior preocupação”, completou.

Estável emocionalmente ou não, o Brasil retorna ao gramado na próxima sexta-feira (04) para encarar a Colômbia pelas quartas de final da competição, no Castelão, em Fortaleza. 

 

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