Putin denuncia tentativas de conter a Rússia durante preparativos para Sochi

  • Por Agência EFE
  • 10/02/2014 16h02

O presidente Vladimir Putin denunciou tentativas de contar a Rússia na preparação para Jogos de Sochi

EFE Vladimir Putin nos Jogos de Sochi

O presidente russo, Vladimir Putin, denunciou nesta segunda-feira as tentativas de conter a Rússia, da mesma forma como ocorreu com a União Soviética, durante os preparativos para os Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi.

“Durante os tempos da Guerra Fria, apareceu a Teoria da Contenção que era encaminhada para conter a União Soviética. Infelizmente, também estamos vendo agora. Esses atavismos da teoria da contenção que aparecem aqui e lá”, afirmou.

Putin denunciou que “quando a Rússia demonstra algo positivo em seu desenvolvimento, está claro que o surgimento de novos e fortes atores, concorrentes, causam temor no âmbito econômico, no político e no campo da segurança”.

O presidente acusou as potências ocidentais de utilizar fatores como o étnico, em relação às cherkesos (circassianos), minoria étnica do Cáucaso Norte, para criticar o projeto olímpico, segundo as agências locais.

“Para mim era evidente que essas tentativas não têm nenhuma perspectiva de êxito, já que conheço o ânimo entre os cherkesos (circassianos), conheço os chefes das organizações cherkesas e sei o que sentem com relação a seu estado ou região de origem e para sua pátria grande, Rússia”, disse.

Putin fazia referência ao fato dos Jogos de Sochi coincidirem com o 150° aniversário de um massacre de cherkesos pelas mãos do império russo, que alguns representantes dessa minoria muçulmana do Cáucaso Norte consideram um genocídio.

Segundo os cherkesos, as montanhas de Krásnaya Polyana (Clareira Vermelha), onde ocorrem as competições ao ar livre em Sochi, recebe seu nome pelo sangue derramado durante a guerra entre seu povo e o Exército czarista.

Atualmente, na Rússia existe uma república chamada Karachaevo-Cherkessia, onde vivem dezenas de milhares de cherkesos.

Além disso, na Turquia, Síria, Israel e outros países do Oriente Médio vive uma pequena comunidade cherkesa descendente daquelas centenas de milhares que morreram ou foram deportadas ao império otomano pelos czares em meados de século XIX.

Em julho do ano passado, o líder da guerrilha caucásia, o checheno Doku Umárov, ameaçou abortar os Jogos de Sochi, que tachou de “bailes satânicos sobre os ossos de nossos antepassados”, em referência aos cherkesos.

“Como mujahedins, somos obrigados a impedí-lo por qualquer meio permitido por Alá”, afirmou Umárov, que foi dado muitas vezes por morto, em um vídeo.

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