Quando o esporte faz diferença na sociedade: clubes provam que uma ação vale mais que três pontos

  • Por Jovem Pan
  • 09/09/2015 12h40
Montagem/Reprodução/Folhapress/AP Muitas vezes

No momento em que o planeta vive uma situação delicada com milhares de pessoas fugindo do norte da África e do Oriente Médio em busca de abrigo na Europa, na maior migração desde a Segundo Guerra Mundial, o esporte aparece disposto a colaborar, assim como fez em outros importantes episódios da história.

Solidário com o drama das pessoas que fogem da Síria e chegam à Alemanha depois de atravessa a Áustria ou a Hungria, o Bayern de Munique decidiu doar 1 milhão de euros para ajudar os refugiados, além de montar uma estrutura para alojar as famílias que conseguem chegar ao território bávaro. O abrigo do Bayern ainda oferecerá aulas de alemão aos imigrantes que chegam a Munique principalmente de trem.

O drama dos imigrantes também recebeu ajuda do Comitê Olímpico Internacional. O COI decidiu criar um fundo de 2 milhões de dólares para ajudar os comitês olímpicos nacionais que apresentarem programas de ajuda aos refugiados. Assim como a Roma, que decidiu doar camisas dos meias Totti e Pjanic e do atacante Dzeko para leilão que reverterá a renda para auxiliar os imigrantes, e o PSG, que doará 1 milhão de euros para ajudar as pessoas que desembarcam no Velho Cotinente. Além disso, todos os clubes participantes da Liga dos Campeões e da Liga Europa doarão 1 euro de cada ingresso vendido por jogo como mandante para auxiliar os refugiados.

A ajuda esportiva na crise migratória na Europa é mais um exemplo de como o esporte pode ser um grande parceiro das causas humanitárias. Em outros momentos, clubes, federações e outras entidades esportivas colaboraram com a sociedade auxiliando de algum modo em grandes tragédias ou enormes crises que comoveram o mundo. Confira:

New Orleans Saints, o estádio e o furacão:

Em 2005, a cidade de New Orleans foi devastada pelo furacão Katrina. O Saints, time de futebol americano da cidade, abriu as portas do seu estádio Super Dome que, mesmo comprometido por conta da catástrofe, serviu de abrigo para milhares de pessoas. Cinco anos depois, quando a cidade ainda se reconstruía, os Saints conquistaram o primeiro SuperBowl de sua história, levando o orgulho de volta a New Orleans.

Bayern de Munique e as vitimas do terremoto no Japão

Hoje preocupado em auxiliar as centenas de imigrantes que chegam a Europa, o Bayern de Munique já mostrou sua consciência em outros momentos. Em 2011, quando o Japão sofreu com um terremoto que destruiu muitas cidades no país, o clube bávaro fez questão de organizar um amistoso beneficente para levantar fundos com o objetivo de ajudar as vitimas da tragédia.

A Seleção Brasileira no Haiti

No ano de 2004, o Haiti vivia uma grave guerra civil que destruía o país mais pobre das Américas. O Brasil decidiu, então, fazer intervenções em dois campos: enviou militares em missão de paz para desarmar os haitianos, e mandou a Seleção Brasileira para fazer o chamado “Jogo da Paz”. Campeã do mundo na oportunidade, a Seleção levou nomes como Roberto Carlos, Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo e Adriano, que desfilaram nos tanques da ONU rodeados por fãs enlouquecidos. Dentro de campo, os brasileiros venceram os donos da casa por 6 a 0 e, ao menos por algumas horas, levaram sorrisos ao povo haitiano.

Clubes brasileiros se solidarizam com tragédias no país

Sempre que o Brasil sofreu com graves tragédias, o futebol se mostrou solidário. Em 2008, Santa Catarina viveu uma das maiores enchentes de sua história. Na oportunidade, muitos clubes do futebol tupiniquim se moveram para ajudar as vitimas catarinenses, além dos principais times do estado afetado, clubes paulistas, cariocas, paranaenses e gaúchos realizaram campanhas de arrecadação de doações para a população que ficou desabrigada.

O mesmo aconteceu em 2011, quando a região serrana do Rio de Janeiro viveu uma das maiores tragédias do país. As fortes chuvas causaram alagamento e deslizamentos de terra que desabrigaram e mataram muitas pessoas e novamente o futebol buscou ajudar. Os quatro grandes clubes cariocas fizeram campanhas de arrecadações. A solidariedade chegou também aos times paulistas. Corinthians, Palmeiras e São Paulo arrecadaram doações, enquanto o Santos leiloou importantes camisas do seu elenco na época para levantar fundos para as vitimas.

Seleção alemã e a pequena vila na Bahia

Ao passar pelo Brasil e conquistar a Copa do Mundo de 2014, a seleção alemão deixou mais do que uma aula de futebol e organização. Os germânicos fizeram questão de auxiliar uma pequena vila baiana sem grandes recursos. O papel alemão na vila de Santo André, na cidade de Santa Cruz Cabrália, não é um auxílio em um momento de crise como nos casos anteriores, mas é mais uma prova de como o futebol pode ser muito mais do que apenas um jogo. Ao deixar a Bahia depois de reformar um campo de várzea na vila, os germânicos doaram 10 mil euros ao povoado para a compra de um veículo para ajudar o atendimento médico local.

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