Quase protocolar, convocação é feita sem surpresas e com apelos por apoio

  • Por Agencia EFE
  • 07/05/2014 16h31

Bruno Guedes.

Rio de Janeiro, 7 mai (EFE).- A seleção brasileira foi convocada para a Copa do Mundo nesta quarta-feira, um mês e cinco dias antes do início do torneio, sem surpresas, com pouca comoção popular e diante de mais apelos de técnico e direção da CBF pelo apoio incondicional do torcedor pela conquista do hexa.

Luiz Felipe Scolari já havia antecipado nove nomes: Julio César, Thiago Silva, David Luiz, Paulinho, Ramires, Willian, Oscar, Neymar e Fred, o que diminuiu a expectativa. Dúvidas, só com relação a um goleiro, um zagueiro, dois laterais, e sobre a presença de um meia ou um atacante.

Estas vagas acabaram ocupados por Victor, do Atlético Mineiro, Henrique, do Napoli, Maicon, da Roma, Maxwell, do Paris Saint-Germain, e Hernanes, da Inter de Milão, todos anteriormente convocados pelo comandante do quinto título mundial do Brasil, em 2002.

“É uma decisão do técnico. Quero pedir, solicitar aos torcedores, que mesmo se discordarem de A, B ou C, que todos os 23 convocados sejam muito bem recebidos e tratados como sempre fomos tratados em todos os jogos do Brasil. Seguimos em direção ao que mais desejamos, que é conquistar o Mundial”, apelou Felipão, em entrevista coletiva concedida após a convocação, em casa de espetáculos no Rio de Janeiro.

Após apresentar nome a nome cada atleta do elenco, o técnico falou à imprensa sobre a reta final para escolher os jogadores, admitindo que a tarefa foi bem mais fácil do que a de 12 anos atrás, quando convivia com a pressão da torcida e da imprensa para que Romário fosse convocado.

Artilheiro do Campeonato Brasileiro em 2001 com 21 gols e autor de outros 13 no Torneio Rio-São Paulo no ano seguinte, vestindo a camisa do Vasco, Romário foi preterido por Felipão, que levou Ronaldo, Edílson e Luizão para a função de atacante.

O técnico não fala sobre jogadores não convocados, por isso faltaram questões sobre quem ficou fora da relação. Houve resposta, no entanto, sobre o rejuvenescimento do elenco. Para Felipão, a redução da idade do elenco não é proposital, mas sim demonstram que os melhores jogadores da atualidade, em sua visão, são jovens.

Na coletiva em que anunciou os 23, o comandante revelou que Henrique foi o último a ser escolhido. Na corrida para ir à Copa, o zagueiro do Napoli desbancou Marquinhos, Dedé, Réver e até Miranda, que ganhou força recentemente com as ótimas atuações no Atlético de Madrid. Perguntado pelo motivo da escolha, Felipão quase não falou.

“Eu confio, gosto do futebol dele”, explicou brevemente.

Na conversa com mais de 800 jornalistas, o comandante da seleção ainda detalhou o planejamento a partir do dia 26 de maio, na Granja Comary, em Teresópolis, na região serrana do Rio do Janeiro. Nos dois primeiros dias, os atletas passarão por uma bateria de exames médicos.

Apesar de admitir que alguns jogadores poderão ser poupados nos amistosos preparatórios, contra Panamá, dia 3, no estádio Serra Dourada, em Goiânia, e contra Sérvia, dia 6, no estádio do Morumbi, Felipão afirmou não ter preocupações com importantes jogadores que estão lesionados faltando menos de 40 dias para a Copa: Neymar, Jô, Oscar e Thiago Silva.

O comandante lembrou um difícil momento da trajetória para o penta, em que foi necessário cortar o volante e capitão Émerson, que lesionou o ombro ao cair de mau jeito em um recreativo quando atuava como goleiro. No lugar do então jogador da Roma, Ricardinho acabou convocado.

“A experiência daquele dia foi horrível. Quando aconteceu aquilo, nos primeiros minutos houve atordoamento total. Pensamos como fazer a partir dali, depois pensar no substituto. É um coisa que não gostaria de viver novamente”, contou.

Por último, Felipão mandou recado para políticos que podem tentar embarcar na euforia antes da Copa do Mundo, garantindo que o acesso não será garantido durante a a preparação da seleção.

“Não é o momento de que nós recebamos A, B ou C (se referindo a políticos). Vamos recebê-los, sim, mas vamos convidar. Espero que a gente tenha este respeito. Não vamos proibir muita coisa, mas vamos tentar organizar da melhor maneira possível”, afirmou.

A seleção brasileira estreará no grupo A da Copa do Mundo no dia 12 de junho, abrindo a Copa do Mundo em jogo contra a Croácia, na Arena Corinthians, em São Paulo. Cinco dias depois, o compromisso será com o México, no Castelão, em Fortaleza. O fechamento da participação do país será no dia 23 contra Camarões, no estádio Mané Garrincha, em Brasília. EFE

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