Quatro estádios da Copa terão serviço de narração audiodescritiva

  • Por Jovem Pan
  • 20/03/2014 13h15
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A Fifa anunciou que utilizará a Copa no Brasil para um projeto inovador, que irá auxiliar deficientes visuais e pessoas com baixa visão.
No Estádio Mineirão, em Belo Horizonte, Estádio Mané Garrincha, em Brasília, no Maracanã, no Rio de Janeiro e na Arena Corinthians, em São Paulo, haverá dois locutores por jogo, e a narração será transmitida em português por radiofrequência e captada em fones de ouvido individuais.
“Para que um deficiente visual tenha a experiência completa em um estádio de futebol, ele precisa entender o que acontece no gramado e ao seu redor”, explicou Joyce Cook, diretora geral do Centro de Acesso ao Futebol na Europa. As narrações terão uma ênfase na experiência dos estádios, destacando movimentos dos jogadores, expressões faciais, descrição de uniformes e de todo o ambiente.

O primeiro treinamento ocorreu nesta quarta-feira, no Maracanã, com um seminário para narradores voluntários. Serão quatro em cada uma das sedes escolhidas para o projeto, que auxiliaram as pessoas que quiserem acompanhar a narração. “É uma oportunidade incrível. Não só de estar num jogo de Copa, mas de transmitir a essas pessoas o que acontece e tornar sua experiência mais real. É uma responsabilidade muito grande, mas tenho certeza de que a gente vai ter diversas lições até lá e vai conseguir fazer isso direitinho. Estou preparada”, conta a voluntária Natália Caldeira.

O presidente da Urece Esporte e Cultura para Cegos, ONG parceira da FIFA e do COL, revela que o que será narrado é muito importante, pois pequenos detalhes as vezes são deixados de lado. “Na audiodescrição de avaliação de voluntários, ouvi o gol do Ronaldo na final da Copa do Mundo de 2002 e ouvi que o Oliver Kahn fica no chão, chateado, triste, e o Ronaldo sai comemorando de braços abertos. Isso se perde nas transmissões de TV e rádio”.

Após a Copa, os equipamentos instalados nos estádios serão doados à entidades locais que desejarem fazer parte do legado do projeto. A líder da Equipe de Sustentabilidade da Fifa no Brasil, Paula Gabriela Freitas, elogia a ação e o treinamento com voluntários: “São brasileiros que vão ficar aqui e vão poder, depois, realizar esse serviço não somente em jogos ou eventos esportivos, mas em eventos culturais e de outros tipos”.

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