“Quem deve teme”, diz senador sobre pedido habeas corpus de Del Nero

  • Por Jovem Pan
  • 15/11/2015 15h40
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RIO DE JANEIRO, RJ - 29.05.2015: FIFA-DENÚNCIAS - O presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol, Marco Polo Del Nero, concede entrevista coletiva na sede da entidade, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, nesta sexta-feira (29). (Foto: Pedro Martins/Agif/Folhapress) Folhapress Del Nero destacou em coletiva que não vai renunciar e que dará todas as explicações necessárias sobre a CBF

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) contou ao repórter Jovem Pan em Brasília, José Maria Trindade, como serãos os próximos passos da CPI do Futebol, que investiga denúncias contra a CBF (Confederação Brasileira de Futebol).

Na próxima quarta-feira (18) haverá uma sessão secreta na Comissão para analisar documentos ainda não revelados, mas a que Rodrigues já teve acesso. Segundo o senador, os papéis “indicam o funcionamento de um fluxograma de corrupção que está à frente do futebol”. Esse fluxograma, analisa Rodrigues, “opera de forma sofisticada, com empresas offshore de fora, com empresas de fachada fora e que têm o envolvimento direto dos principais dirigentes do futebol brasileiro”.

O senador comentou ainda o pedido de habeas corpus preventivo feito pelo presidente da CBF Marco Polo Del Nero, impetrado no STF antes mesmo de ele ser convocado pela CPI. Para Rodrigues o pedido Del Nero reforça a máxima de “quem deve teme”.

“Primeiro vamos receber os sigilos bancário e fiscal dele, que já foram quebrados”, diz o senador, que quer fazer na próxima quarta a transferência dos sigilos telemático (do computador) e telefônico.

“Temos razões o bastante para convocar o Del Nero”, garante o senador. Questionado se ele seria convocado a depor se não o fizer espontaneamente, Rodrigues afirmou: “nós vamos chegar a isso se ele não quiser colaborar”. Ele entende que o pedido de habeas corpus “mostra uma disposição nesse sentido (de não colaborar)”.

Após a análise dos documentos na sessão secreta, haverá outra sessão na CPI, desta vez aberta, para apreciar os requerimentos de convocação dos nomes relevantes às investigações.

Entenda 

O pedido de habeas corpus de Del Nero data do fim do mês passado. Nele, o advogado José Roberto Batochio informa que, apesar de tentar ouvir o presidente da CBF como testemunha, “é inegável, manifesta e inequívoca sua condição de investigado e, diga-se, ostensivamente ameaçado a sofrer ilegalidades” na CPI. O documento menciona ainda a “declarada animosidade” entre Del Nero e Romário.

O pedido do presidente da CBF quer do Supremo a garantia de poder permanecer calado durante a possível audiência na CPI. De acordo com o documento, Del Nero teme ser preso em flagrante “a pretexto da comissão de incorretos delitos, tais como desacato e falso testemunho”.

Na quarta, os senadores Romário e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) anunciaram a prorrogação da CPI por mais seis meses. A comissão já havia pedido a quebra de sigilo telefônico e de e-mail de Del Nero sob o pretexto de investigar o envolvimento dele em irregularidades na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e na realização da Copa das Confederações de 2013 e da Copa do Mundo de 2014.

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