“Queria ser o último”, diz um dos primeiros a noticiar tragédia na Colômbia

  • Por Jovem Pan
  • 29/11/2016 11h45
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EFE Acidente Chapecoense - EFE

Em entrevista exclusiva à Jovem Pan, o correspondente-chefe do escritório da Agência Efe em São Paulo, Waldheim García Montoya, foi um dos primeiros a informar sobre a tragédia envolvendo a delegação da Chapecoense, jornalistas e convidados na Colômbia.

“Para um jornalista fica muito chato o que aconteceu comigo na madrugada. Fui uma das primeiras pessoas a receber a notícia e eu já tinha 17 ligações de colegas de TV e imprensa. Através de áudios, da tecnologia, de mensagens instantâneas, tive a informação do prefeito e acompanhei. Não é meu orgulho sair à frente da concorrência com esse tipo de notícia. Queria ser o último e dizer que era tudo um boato”, lamentou o jornalista.

Waldheim García Montoya teve a oportunidade de falar com fontes próximas ao local do acidente. “Sou da região, sou da cidade. O diretor do Serviço Nacional de Emergência foi meu chefe e amigo”, contou.

Copa Sul-Americana

O time da Chapecoense estava a bordo do avião para a disputa da final da Copa Sul-Americana nesta quarta-feira (30). Segundo Montoya, informações de bastidores davam conta que o presidente do Atlético Nacional, “um pouco de cabeça quente”, cogita declinar do título da competição – o último que faltava para a equipe.

O jornalista afirmou que, se ocorrer, será um “gesto acertado”. 

“Parece ainda que a Confederação Sul-Americana quer declarar os dois times, Chapecoense e Atlético Nacional, como campeões. Também seria uma decisão justa”, disse Montoya.

Se depender do Atlético Nacional da Colômbia, a Chapecoense será declarada como campeã da Copa Sul-Americana de 2016. Em entrevista ao “Winsports”, o defensor Gilberto Gárcia assegurou que o elenco e a comissão técnica do clube colombiano decidiram entregar a taça para o clube brasileiro como uma forma de homenagear os mortos da tragédia, que chocou todo o mundo do futebol.

O campeão da Taça Libertadores deste ano afirmou que a decisão está nas mãos da Conmebol e eles esperam que o título seja confirmado para o clube da cidade de Chapecó. “Estamos na espera do que vai decidir a Conmebol. Queremos que essa equipe seja declarada como campeã e depois olharemos em diante. Essa é nossa iniciativa e do mundo do futebol, esperamos que a Conmebol tome essa decisão”, disse.

Após a confirmação do acidente de avião envolvendo a equipe da Chapecoense, a Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) cancelou a final da Copa Sul-Americana contra o time e o Atlético Nacional.

A aeronave

Segundo informações das autoridades colombianas, não há informações de um mau estado do avião. “Autoridades têm confirmado que dificilmente um avião estaria operando na sua autonomia mínima”, disse.

A autonomia mínima citada por Montoya seria a quantidade de combustível suficiente para fazer o trajeto Santa Cruz de La Sierra-Medellín e a volta, além de mais 45 minutos.

O avião foi partido em 3 partes, mas não explodiu.

O acidente

O avião que transportava a equipe da Chapecoense sofreu um acidente na madrugada desta terça-feira (29), por volta da 01h15, quando se aproximava de Medellín, na Colômbia. A equipe seguia viagem para a disputa da final da Copa Sul-Americana contra o Atlético Nacional nesta quarta-feira (30).

As autoridades colombianas afirmam que apenas cinco pessoas sobreviveram. Segundo a Rádio Caracol, da Colômbia, o avião não explodiu.

Alan Ruschel, Jackson e o goleiro Danilo foram os três primeiros jogadores confirmados pela imprensa local de terem sido resgatados do local. Uma tripulante e o jornalista Rafael Henzel também saíram com vida da tragédia. Algumas horas depois, foi confirmado que o zagueiro Neto também foi encontrado com vida e encaminhado para hospital. A rádio Caracol confirmou às 9h40 (horário de Brasília), no entanto, que o goleiro Danilo, resgatado com vida, morreu no centro de atendimento.

Segundo autoridades colombianas, ao menos 76 pessoas morreram no acidente. A informação foi divulgada pelo comandante da Polícia Metropolitana de Medellín, general José Acevedo, e confirmada pela Aeronáutica da Colômbia.

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