Rafael Moura crítica vaias da torcida colorada: “não consigo entender”
Rafael Moura foi o autor do gol que garantiu a vitória do Internacional sobre o Santos
Rafael Moura comemora gol do Inter contra o SantosRafael Moura não anota um gol há oito partidas com a camisa do Internacional. O jejum tem incomodado o jogador e gerado muitas críticas do torcedor colorado ao centroavante. Nesta terça-feira (09), em nota oficial, o atleta disse não entender as vaias que vem recebendo constantemente no Beira-Rio e lembrou aos torcedores de que é o quinto maior artilheiro do ano no país. O atacante, que já teve passagens por Corinthians e Fluminense, pediu o fim da perseguição e garantiu que está empenhado para sair da má fase na temporada.
Após exaltar a torcida colorada por nenhum momento chegar às vias de fato, Rafael Moura lembrou seus feitos para que as críticas sejam amenizadas. “afirmo com convicção que sou um atleta sério e compromissado com a minha profissão. Então, para ser coerente comigo mesmo, devo deixar claro o outro lado da moeda. O Inter tem hoje o quinto maior goleador da temporada – no caso, eu – entre todos os atacantes dos 20 clubes da primeira divisão do Campeonato Brasileiro. Não é algo fácil, ainda mais considerando a visibilidade e a preocupação causadas em cada adversário que entra em campo para enfrentar o nosso time”, disse.
Na última partida, o time gaúcho vencia o ameçado Figueirense por 2 a 0 no Beira-Rio, mas acabou levando a virada no final. Rafael Moura criticou a torcida por críticas durante a vitória parcial colorada. “Sinceramente, não entendi no último jogo, quando nossa equipe ainda vencia o jogo por 2×0, o motivo de eu escutar vaias todas as vezes em que encostava na bola. É lógico que, perder da forma como perdemos, tomando uma virada após ter esse placar a nosso favor, é algo vergonhoso para todos nós. Mas o mérito do adversário nunca pode ser menosprezado, seja qual time for”, escreveu.
Para finalizar, o atacante reafirmou que está ciente do desempenho irregular, mas garantiu está pronto para reagir. “Sou homem o suficiente para assumir a parte da responsabilidade que me cabe e estou pronto para dar a resposta que a nação colorada espera de mim dentro de campo. Sonho, assim como todos os torcedores, em ser campeão brasileiro pelo Inter e conto com o apoio de vocês”, finalizou.
Confira, na íntegra, a nota divulgada pelo atleta:
“Após a partida deste fim de semana contra o Figueirense, pelo Campeonato Brasileiro, aconteceram manifestações na saída do estádio Beira-Rio que me motivaram a expressar minha opinião sobre o momento atual vivido pelo Sport Club Internacional.
Uma coisa é fato: a maneira que a torcida do Inter encontrou para demonstrar sua insatisfação com o time é digna de aplauso. Vai ao estádio, paga ingresso, vaia da arquibancada e, tudo isso, sem partir para a agressão física. Atitude essa que deveria servir de exemplo para as torcidas em geral na maioria dos clubes, devido à presença da consciência de que a violência em hipótese alguma deve ser utilizada para resolver um conflito entre partes interessadas em um mesmo objetivo.
Podem ter certeza que nós jogadores estamos atentos a isso e com os brios mexidos. Tanto que estou aqui para discutir o assunto com vocês. A cobrança no futebol é aceitável e um jogador tem que saber conviver com ela, gostando ou não.
Na maioria dos clubes, a mesma torcida que critica é aquela que apoia e empurra o time para as vitórias. No caso do Internacional, sei claramente que é ainda mais intensa e fiel essa relação entre torcedor e instituição, pois trata-se de mais de 100 mil sócios que investem o resultado do suor do seu trabalho para ver o time competitivo e lutando por títulos.
No entanto, eu afirmo com convicção que sou um atleta sério e compromissado com a minha profissão. Então, para ser coerente comigo mesmo, devo deixar claro o outro lado da moeda. O Inter tem hoje o quinto maior goleador da temporada – no caso, eu – entre todos os atacantes dos 20 clubes da primeira divisão do Campeonato Brasileiro. Não é algo fácil, ainda mais considerando a visibilidade e a preocupação causadas em cada adversário que entra em campo para enfrentar o nosso time.
Sinceramente, não entendi no último jogo, quando nossa equipe ainda vencia o jogo por 2×0, o motivo de eu escutar vaias todas as vezes em que encostava na bola. É lógico que, perder da forma como perdemos, tomando uma virada após ter esse placar a nosso favor, é algo vergonhoso para todos nós. Mas o mérito do adversário nunca pode ser menosprezado, seja qual time for.
Contudo, o meu questionamento é em relação à falta de apoio mesmo quando o placar estava favorável. Estar vencendo por 2×0 jamais é motivo para que a vaia seja maior do que o incentivo. Se comigo, que a carreira inteira fui acostumado com a pressão em grandes clubes, como Atlético-MG, Corinthians e Fluminense, e, mesmo assim, ainda fico realmente desestabilizado quando isso acontece, imaginem com a “molecada” da base que está tendo seus primeiros momentos como jogador profissional. Podem ter certeza de que as vaias direcionadas a mim também refletem no restante do time.
Não consigo mesmo entender um jogador ou o time ser vaiado no momento em que está construindo a vitória. Entendo perfeitamente a cobrança, a vaia e os manifestos virem após a partida terminar. Sei da grandeza do clube e da importância que os jogos, principalmente no Beira-Rio, têm para o torcedor do Inter. É, sim, fundamental vencermos em casa, mas o time é uma engrenagem, que não tem como funcionar bem se não estiver em sintonia com o seu torcedor.
Sou homem o suficiente para assumir a parte da responsabilidade que me cabe e estou pronto para dar a resposta que a nação colorada espera de mim dentro de campo. Sonho, assim como todos os torcedores, em ser campeão brasileiro pelo Inter e conto com o apoio de vocês.
Saudações coloradas!
Rafael Moura”
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