Rafael Silva bate David Moura, ganha bronze e dá passo rumo à Olimpíada
Com convites para todas as categorias para os Jogos do Rio de Janeiro, a Confederação Brasileira de Judô (CBJ) optou por não permitir que eles fossem disputados em confrontos diretos. Mas quis a chave do Grand Prix de Samsun, na Turquia, que Rafael Silva e David Moura, que fazem a disputa mais acirrada do ciclo, se enfrentasse pelo bronze da categoria peso pesado (acima de 100kg) neste domingo. Bronze em Londres, o “Baby” levou a melhor no “golden score” e deu grande passo rumo à Olimpíada. Também neste domingo, Rafael Buzacarini foi prata e Tiago Camilo ganhou bronze.
No ranking olímpico, que será levado em conta pela CBJ para a convocação, Rafael Silva vai reduzir de 74 para 14 a diferença para David Moura. Mas a boa fase deverá contar a favor do “Baby”, que ficou todo o segundo semestre do ano passado parado por lesão e, depois de um retorno inconstante, ganhou neste domingo sua quarta medalha seguida. Para correr atrás de pontos, Rafael já competiu sete vezes neste ano.
Atual número nove do ranking mundial, Rafael estreou vencendo o bielo-russo Aliaksander Vakhaviak, 83º do mundo, mas não passou pelo georgiano Levani Matiashvili, 13º. Na repescagem, venceu o forte Barna Bor, húngaro, terceiro do mundo. Enquanto isso, David Moura passou por Mukhamadmurod Abdurakhmonov (48º), do Tajiquistão, e Adam Okruashvili (11º), da Geórgia, ambos por ippon. Na semifinal, levou um ippon de Teddy Riner, o francês que é o melhor do mundo.
A disputa pelo bronze foi muito equilibrada, de pouquíssimos golpes. Rafael Silva foi punido primeiro, por falta de combatividade, mas depois Moura também recebeu uma punição. A luta acabou empatada e foi para o “golden score”, quando “Baby”, mais pesado, conseguiu um yuko para vencer.
Na decisão do ouro, Matiashvili deu trabalho para Riner, conseguiu levar a luta até o último segundo sem levar golpes, mas acabou sofrendo um wazari. O francês segue invicto desde 2010 – desde 2008 se considerando apenas a categoria peso-pesado
MAIS MEDALHAS – Na categoria até 90kg, Tiago Camilo deu enorme passou rumo à Olimpíada. O veterano de 32 anos ganhou o bronze, apenas sua terceira medalha em eventos internacionais no ciclo olímpico, somou 120 pontos, e abriu folga sobre Eduardo Bettoni no ranking olímpico – a diferença era de quatro. Como está à frente, Tiago ainda terá a possibilidade de pontuar no Campeonato Pan-Americano, no fim do mês, para a qual serão convocados o primeiro de cada categoria, mais dois extras – que deverão ser do peso pesado e da até 60kg.
Como nos melhores tempos, Tiago Camilo saiu distribuindo ippons por quem apareceu pela frente. Venceu o libanês François Saad (117º), o russo Alexander Grigorev (179º) e o casaque Samat Yessen (72º). Na semi, perdeu de azeri Mammadali Mehdiyev (32º). O bronze veio sobre o espanhol Nikoloz Sherazadishvili (41º), no “golden score”.
A única prata foi de Rafael Buzacarini. O judoca paulistano superou o georgiano Aleksander Mskhaladze (41º), o suíço Patri Moser (91º), o mongol Tsogtgerel Khutag (119º) e o português Jorge Fonseca (20º). Na disputa pelo ouro, perdeu por sofrer mais punições diante do georgiano Beka Gviniashvili (39º).
No ranking olímpico, Buzacarini estava 23 pontos atrás de Luciano Corrêa e, com os 180 obtidos neste domingo, vai pular na frente. No ranking mundial, apesar dos descartes, Corrêa deve seguir à frente por poucos pontos, ganhando o direito de disputar no Pan, que dá 400 pontos ao campeão.
No feminino, só Rochele Nunes lutou, perdendo logo na estreia para Carolin Weiss, que é 23ª do mundo, uma posição abaixo da brasileira na categoria peso pesado (+78kg)). Assim, fica ainda mais claro que Maria Suelen Altheman será mesmo a representante do Brasil na Olimpíada.
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