Reforço do Lakers, Huertas diz: “se fosse por dinheiro, ficaria na Europa”

  • Por Agência EFE
  • 12/09/2015 07h01
Facebook/Reprodução Com destaque no Barcelona

A felicidade estampada no rosto de Marcelinho Huertas não deixa dúvidas de que o armador brasileiro está realizando um sonho ao chegar à NBA, ainda mais por se tratar do Los Angeles Lakers, uma das franquias mais vitoriosas da liga americana.

“Foi a equipe que mais mostrou interesse em mim”, disse o armador da seleção brasileira em seu primeiro encontro com a imprensa americana nas instalações do Toyota Sports Center, em El Segundo, local de treinamento da franquia californiana.

“Esta camisa é uma das mais desejadas do mundo. Fiquei sem palavras quando soube que os Lakers estavam me dando uma oportunidade”, comentou o jogador de 32 anos, que defendeu o Barcelona, da Espanha, nas últimas quatro temporadas.

“Após ter evoluído como jogador, ganhado títulos e obtido sucesso na Europa, pela primeira vez me vi diante da oportunidade de rescindir meu contrato sem pagar uma multa muito grande para me transferir para a NBA. Queria dar um salto, e acho que este é o palco perfeito”, afirmou Marcelinho.

Huertas admitiu ter recebido várias ofertas de outros clubes da Europa, mas que estava seguro de que queria “assumir este risco”.

“Não queria ficar na Europa só pela segurança de ter um bom contrato. Queria realizar este sonho. Isso é mais importante que o dinheiro. Se fosse por dinheiro, teria ficado na Europa”, comentou o brasileiro.

Segundo o jornal “Los Angeles Times”, o armador terá um contrato sem garantias pelo qual receberá cerca de meio milhão de dólares, um valor bem inferior ao que vinha ganhando na Espanha.

Marcelinho está em Los Angeles há pouco tempo e ainda não assimilou sua nova realidade, mas já pôde participar de alguns treinamentos e teve os primeiros contatos com alguns de seus companheiros de equipe.

“Jogar na NBA é o desejo de qualquer criança que sonha em jogar basquete. Comigo não foi diferente. É difícil pensar que há 20 anos eu tinha esse sonho e agora o estou realizando. Ainda por cima com os Lakers, o que é incrível. Quero conquistar meu lugar e ficar muitos anos na Liga. O dinheiro pode vir depois”, opinou o armador.

Marcelinho quer contribuir com sua experiência, sua liderança, sua capacidade para melhorar o desempenho dos demais jogadores e sua habilidade para conduzir a equipe nos momentos decisivos, mesmo que isso signifique dar ordens para Kobe Bryant.

“Se eu tiver que dar ordens, vou fazer”, disse Huertas para um repórter da Agência Efe.

“Ele é um líder e conhece o jogo melhor do que ninguém. Está aqui há 20 anos e é o líder nato. O que ele disser será uma ordem, mas é claro que se eu achar que tenho que dizer algo, vou fazer. É preciso ter um bom diálogo com todos. Somos companheiros e é importante que haja comunicação. É um privilégio jogar com ele”, comentou.

Apesar do entusiasmo de vestir uma das camisas mais conhecidas do mundo do basquete, os desafios de Marcelinho serão grandes: se adaptar à velocidade de um jogo da NBA e se dedicar mais aos aspectos defensivos, algo que será observado de perto por seu treinador, Byron Scott.

“Quero mostrar que posso jogar em alto nível, que posso vencer e apresentar algo diferente dos outros armadores da liga. Ninguém deixa de evoluir se corre atrás. E eu quero seguir melhorando em tudo. Serei exigido por Byron e por mim mesmo”, afirmou.

Além do sonho de jogar na NBA, Marcelinho também vislumbra no horizonte uma participação com a camisa da seleção nos Jogos Olímpicos do Rio. Huertas revelou quer chegar “em forma” para disputa do torneio olímpico e que não está preocupado com a incerteza sobre quantos minutos terá em quadra em sua primeira temporada na liga, já que tem muita confiança em si mesmo.

“Construí uma trajetória importante na Europa e na seleção durante toda minha carreira, portanto minha intenção é jogar, contribuir e estar em forma para 2016. Com tempo e paciência, vou mostrar do que sou capaz”, concluiu. 

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