Regularidade e fé: o caminho de Adriano para o título mais mineiro do surfe mundial
O apelido ele herdou do irmão, a paixão pelo surfe, também. Adriano de Souza é o campeão do mundo mais mineiro do esporte. Aos 28 anos, e há 10 na elite do surfe mundial, Mineirinho abriu caminho para a melhor geração da história do Brasil no surfe, batalhou e, em 2015, quando todos olhavam para Gabriel Medina, construiu seu primeiro título na carreira.
Primeiro sufista brasileiro a liderar o ranking mundial, em 2011, depois de vencer a etapa do Rio de Janeiro, Adriano é também o surfista tupiniquim que mais venceu a lenda Kelly Slater (11 vitórias). Além disso, agora, campeão do mundo, o paulista do Guarujá é também o primeiro brasileiro a conquistar o Pipe Master, tradicional etapa do Hawaii.
Para chegar ao seu primeiro título mundial, segundo da história do país, Mineiro suou, brigou de igual para igual com Mick Fanning, contou com a sorte em alguns momentos e se manteve entre os líderes ao conquistar duas etapas no ano, ficando em segundo em outras duas, terceiro em mais duas.
.@MineirinhoSurf must win this heat to remain in the 2015 Title Race! #BillabongPipeMasters https://t.co/5bTQ2c2kjy pic.twitter.com/TAyOJP8UT0
— World Surf League (@wsl) December 16, 2015
Confira o caminho de Adriano de Souza até o título mundial na temporada 2015:
Gold Coast: 3º lugar
Depois de quebrar o nariz em Pipeline no final da temporada 2014, Adriano passou por cirurgia, se recuperou e abriu bem a temporada 2015 com um terceiro lugar na Austrália. Na etapa vencida por Filipe Toledo, Mineirinho perdeu para o local Julian Wilson nas semifinais, mas mostrou que este poderia ser um grande ano.
Bells Beach: 2º lugar
Na segunda etapa do ano, um resumo do que seria a temporada: um duelo espetacular entre Adriano de Souza e Mick Fanning. O brasileiro chegou na grande final de Bells Beach, mas acabou superado pelo australiano em uma decisão absolutamente emocionante: no placar um empate (15,27 a 15,27) e Fanning levou o troféu no critério de desempate (melhor onda).
Margaret River: Vencedor
O brasileiro assumiu a liderança do ranking na terceira etapa do ano, em Margaret River, disputada na Austrália como as duas anteriores. Adriano venceu a primeira no ano ao bater John John Florence na decisão e vestiu a lycra amarela.
Rio de Janeiro: 13º
Em casa, em uma etapa histórica para o Brasil, Mineiro não conseguiu um bom resultado. No Rio de Janeiro, disputa vencida novamente por Filipe Toledo, Adriano ficou na 13ª posição, ao cair no terceiro round, diante de Ricardo Christie.
Fiji: 13º
Em mais uma etapa na Oceania, Mineirinho repetiu o mau desempenho do Brasil. Na etapa vencida por Owen Wright, o brasileiro não passou novamente da 13ª posição e viu a liderança do ranking ficar ameaçada.
J-Bay: 5º
A etapa da África do Sul poderia fazer Adriano disparar na liderança, ou perder a lycra amarela. O brasileiro ficou com a quinta posição e contou com a sorte já que a WSL encerrou a disputa em J-Bay sem um vencedor após o episódio do tubarão que atacou Mick Fanning. Mineiro se deu bem nessa já que qualquer um dos finalistas que vencesse a etapa, Fanning ou Julian Wilson, ficaria com a liderança.
Taiti: 13º
Na sétima etapa do ano, mais um resultado ruim para o brasileiro. No Taiti, disputa vencida por Jeremy Flores, em final contra Gabriel Medina, novamente Adriano ficou na 13ª posição. A desclassificação precoce, porém, não foi suficiente para tirar a liderança do paulista.
Trestles: 2º
Nas águas de Trestles, nos Estados Unidos, um novo encontro entre Adriano de Souza e Mick Fanning. Os líderes do ranking se cruzaram na decisão da 8ª etapa do ano, melhor para o australiano que venceu, deixou o brasileiro em segundo na etapa e no ranking.
França: 3rº
Já na fase europeia do Circuito, Mineiro mostrou que não deixaria Fanning disparar na liderança. Na etapa vencida por Gabriel Medina, Adriano perdeu para o compatriota na semifinal, ficou com o terceiro lugar, e manteve a segunda posição do ranking.
Portugal: 13º
Veio então a penúltima etapa do ano, nas águas de Peniche, em Portugal. Mais uma mau resultado, porém, afastou o brasileiro da liderança: Mineirinho ficou na 13ª posição e foi ultrapassado no ranking por Filipe Toledo, que venceu a etapa.
Pipeline: Vencedor
Ao chegar as quartas de final no Hawaii, Adriano já tinha motivos para comemorar, afinal, mantinha-se vivo na briga pelo título e alcançava sua melhor posição em Pipeline. Mas o brasileiro foi além. Avançou para as semifinais, garantiu o título do Circuito carimbando sua vaga na grande final e, na decisão contra o compatriota Gabriel Medina, o melhor desfecho possível. Mineirinho superou Gabriel e conquistou pela primeira vez, em sua carreira e na história do Brasil, a etapa havaiana do mundial de surfe.
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