Relatório aponta fraude de mais de R$ 27 milhões na contratação de Neymar

  • Por Agência EFE
  • 03/06/2014 14h35
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Neymar brincando com a bola no treino da Seleção Brasileira na Granja Comary, 1 de Junho de 2014. MÁRIO FARACHE/ MOWA PRESS Mowapress Neymar brilha em coletivo da Seleção Brasileira

A Agência Tributária espanhola enviou um relatório ao juiz da Audiência Nacional Pablo Ruz confirmando a suspeita de fraude fiscal cometida pelo Barcelona, que não teria declarado nove milhões de euros (aproximadamente R$ 27,8 milhões) na contratação do atacante Neymar.

Agora, Ruz deve notificar o Barça e o ex-presidente do clube, Sandro Rosell, que se afastou do cargo após a explosão do escândalo. Apesar de acusado de apropriação indébita, o dirigente ainda não foi interrogado. Desde a renúncia, Josep Maria Bartomeu assumiu o cargo.

O Barcelona já apresentou à Receita Espanhola uma declaração complementar de 13,5 milhões de euros (R$ 41,7 milhões) e argumenta que o pagamento dessa verba seria destinada a “dar cobertura às eventuais interpretações que se possam ser feitas a todos os contratos assinados por causa da contratação de Neymar”.

Conforme o relatório, o clube catalão cometeu fraude tributária de 9,1 milhões de euros (R$ 27,8 milhões) ao não declarar devidamente o pagamento às empresas vinculadas ao jogador – dez milhões de euros (R$ 30,9 milhões) em 2011, e outros 27,92 milhões de euros (R$ 86,2 milhões) em 2013.

Esses 9,1 milhões de euros corresponderiam a 24,75% dos 37,9 milhões de euros que o Barcelona pagou às empresas relacionadas à marca Neymar Jr. A interpretação é que essa verba não faria parte da transferência, mas do salário do jogador e, portanto, deveria ser considerada como rendimento de trabalho.

O relatório conclui que Neymar tinha no momento da contratação a condição fiscal de não residente no país e, portanto, a obrigação do pagamento do tributo seria do Barcelona, que deveria descontar o valor sobre a verba integral dos honorários do jogador, ou seja, 24,75% dos rendimentos do brasileiro.

Diante dessa situação, o Barça optou por tentar regularizar sua situação fiscal administrativamente, o que não lhe exime da responsabilidade penal, embora possa diminuir a multa por fraude tributária.

O Código Penal estabelece uma multa de até seis vezes sobre o valor não declarado, ou seja, se condenado, o Barça pode pagar, além dos 9,1 milhões supostamente fraudados, uma multa de até 54 milhões de euros (R$ 166,8 milhões).

Longe da polêmica, Neymar disputa nesta terça-feira, às 16h (de Brasília), amistoso pela Seleção Brasileira contra o Panamá, em Goiânia.

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