Reviver sonho de campeões do “Maracanazo” custa R$ 178

  • Por Agencia EFE
  • 29/06/2014 17h17

Jorge Figueroa.

Rio de Janeiro, 29 jun (EFE).- A partir de R$ 178, qualquer fã de futebol pode reviver os sonhos, percorrer os corredores e até tomar café da manhã no mesmo restaurante no qual o fizeram os uruguaios campeões da Copa do Mundo de 1950, no histórico “Maracanazo”.

Essa é a tarifa por pessoa em um quarto duplo standard, para o mês de junho, no Hotel Paysandu, que foi utilizado como “quartel-general” pela seleção que tinha como ícones o volante e capitão Obdulio Varela e o atacante Alcides Ghiggia.

Embora tenham se passado 64 anos desde aquele Mundial, o hotel não mudou muito. Sua fachada art nouveau tem pintura nova, mas as portas, paredes internas, móveis, telefones e até os adornos convidam a uma viagem ao passado.

“O hotel se mantém como era naquela época, a única reforma grande foi nos banheiros, por problemas nos encanamentos”, disse à Agência Efe José Josimo que é gerente do estabelecimento há 15 anos.

Tão logo se passa pela porta de entrada, uma placa destaca: “Aqui, no Hotel Paysandu, se hospedou a seleção uruguaia de futebol, campeã da Copa do Mundo em 1950, quando venceu o Brasil por 2 X 1, um jogo histórico que ficou conhecido como o MARACANAZO”.

O texto tem versões em português, espanhol e inglês, e a seu lado, em tamanho menor, está a capa de um jornal com uma foto do segundo gol do Uruguai, marcado por Ghiggia.

“Aquela partida foi a maior tristeza do povo brasileiro no futebol em toda a história, e é lógico que não tenham sido guardadas muitas lembranças”, contou o gerente.

“O hotel Paysandu é um dos poucos no mundo que pode dizer com orgulho que hospedou a Taça Jules Rimet”, acrescentou.

Situado no bairro de Flamengo, na zona sul do Rio de Janeiro, o estabelecimento é atualmente um três estrelas de 76 quartos.

O lugar embalou os sonhos dos campeões do “Maracanazo”, como ficou conhecida a vitória do Uruguai sobre o Brasil no Maracanã, diante de 200 mil espectadores.

Obdulio Varela contou, anos depois, que após comemorar a conquista do título com seus companheiros, saiu para caminhar pelo Rio de Janeiro.

“Ver idosos, adultos, jovens e crianças chorando desconsoladamente nas ruas me deu muita pena e quase senti vergonha por ter lhes tirado um sonho e causado tanta dor”, revelou o capitão celeste. EFE

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