Rio desdobra maior operação de segurança de sua história na final da Copa
A cidade do Rio de Janeiro desdobrará no domingo (13) a maior operação de segurança de sua história, com a mobilização de 25.787 policiais, para garantir a ordem pública durante a final da Copa do Mundo do Brasil que será disputada entre Argentina e Alemanha no estádio do Maracanã.
“É a maior operação de segurança que a cidade e o país viram. É uma grande responsabilidade não só organizar a final do Mundial, mas também ter tantas autoridades e visitantes estrangeiros no evento”, afirmou nesta sexta-feira (11) o secretário de Segurança Pública do estado do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame.
O funcionário explicou em entrevista coletiva que, além de garantir a segurança dos pelo menos 11 chefes de Estado e 74 mil torcedores que encherão o Maracanã, o plano procura evitar incidentes em possíveis manifestações anunciadas por alguns grupos sociais que criticam os elevados gastos públicos no Mundial.
A operação igualmente procura garantir a segurança dos cerca de 100 mil argentinos esperados no Rio neste final de semana, a grande maioria dos quais chegam sem entrada para a partida.
Segundo Beltrame, ao contrário de outras operações para garantir a segurança em entrevistas de chefes de Estado ou de eventos como a visita do papa Francisco, a final do Mundial exige uma mobilização policial maior para prevenir possíveis disputas entre torcedores.
“Ao contrário da Jornada Mundial da Juventude (a visita feita no ano passado pelo papa Francisco), agora teremos afeições rivais e bebidas alcoólicas”, afirmou.
Além de reforçar a segurança nas imediações do Maracanã, as autoridades determinaram reforços no Sambódromo e no Terreirão do Samba, dois tradicionais espaços para o carnaval que foram transformados em estacionamento para cerca de 500 moto homes e ônibus de torcedores argentinos.
Igualmente será aumentada a presença de Polícia na Lapa, reduto de bares e restaurantes no centro da cidade invadido atualmente por milhares de estrangeiros, e em Armação dos Búzios, cidade a cerca de 180 quilômetros do Rio de Janeiro que tradicionalmente é refúgio de argentinos nas férias.
A operação se estenderá ao Palácio de Guanabara, sede do governo do Rio de Janeiro e onde a presidente Dilma Rousseff oferecerá um almoço às autoridades estrangeiras.
Entre os líderes já confirmados na final destaque para os presidentes da Rússia, Vladimir Putin; e da África do Sul, Jacob Zuma; assim como da chanceler alemã, Angela Merkel; e do presidente da Alemanha, Joachim Gauck.
O secretário de Segurança Pública acrescentou que as Forças Armadas apoiarão a operação com a mobilização de militares, de grupos especializados em defesa química e biológica, e de 25 embarcações no litoral do Rio de Janeiro.
A Força Aérea Brasileira garantirá o cumprimento do fechamento do espaço aéreo do Rio de Janeiro entre poucas horas antes e poucas horas depois da final.
Beltrame admitiu que os serviços de inteligência da Polícia já identificaram a possibilidade de manifestações antes, durante e depois da partida.
A repetição de grandes protestos que sacudiram o Brasil no ano passado, alguns contra os gastos públicos no Mundial, era um dos maiores temores das autoridades brasileiras antes da competição, mas as manifestações até agora foram poucas e de grupos muito reduzidos.
O plano de segurança foi discutido na quinta-feira em reunião entre o ministro de Justiça, José Eduardo Cardozo, e dirigentes da Fifa.
Segundo Cardozo, além dos cerca de 26 mil policiais, o plano inclui 1.500 seguranças particulares contratados pela Fifa e que atuarão dentro do Maracanã.
“Contamos com um plano de segurança tão detalhado para a final que temos certeza que manteremos o nível de excelência conseguido durante todo o Mundial”, disse o ministro.
O governo brasileiro também reforçou o efetivo da Polícia Rodoviária para atender aos milhares de argentinos que estão se deslocando por terra rumo ao Rio de Janeiro.
A Polícia Rodoviária calcula que pelo menos 250 ônibus atravessarão a fronteira entre Brasil e Argentina nesta sexta-feira com torcedores dispostos a realizar a viagem de perto de 30 horas até Rio de Janeiro.
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