Rio Preto EC também teve o seu “Aidar”, e vice avisa: “futebol passa por faxina”
A renúncia de Carlos Miguel Aidar da presidência, concretizada nesta semana, foi uma caso novo para o São Paulo, mas não para o Rio Preto Esporte Clube, que recentemente afastou o ex-presidente Vergílio Dalla Pria. Em 2014, o clube do interior paulista viveu situação muito parecida com a que o da capital vive agora, com seu ex-mandatário envolto em acusações de corrupção. Em entrevista ao repórter Daniel Liam, da Rádio Jovem Pan, o vice-presidente do Rio Preto, José Eduardo Rodrigues, comentou os dois casos e anunciou: o futebol vive uma fase de moralidade.
“O que ocorreu aqui se assemelha muito ao que está ocorrendo aí. O conselho deliberativo apurou várias irregularidades cometidas pelo ex-presidente e o destituiu do cargo no ano passado. Em seguida, fomos à fase de apuração da sindicância. Terminada esta apuração, houve a proposta de expulsão do então presidente, expulsão que se concretizou por unanimidade no Conselho Deliberativo. A seguir, acionamos o Ministério Público, que já ingressou com várias ações criminais, de responsabilização do ex-presidente por danos causados ao clube”, explicou o dirigente. “Ele (Dalla Pria) está atualmente sendo questionado criminalmente por crimes de falsidade ideológica, apropriação indébita, estelionato e gestão temerária”.
Para José Eduardo Rodrigues, o que aconteceu no São Paulo e no Rio Preto faz parte de uma nova fase do futebol mundial. “Hoje nós vivemos um momento de moralidade, de grande faxina no futebol, haja vista o que está acontecendo na Fifa, com vários dirigentes afastados, alguns presos. O Nicolas Leóz, todo poderoso ex-presiente da Conmebol, está preso. Outros dirigentes sul-americanos, como o próprio José Maria Marin, encontram-se detidos”, citou o vice-presidente.
“Há um movimento mundial de limpeza e de faxina no futebol, e não se admite mais que o futebol possa abrigar aqueles que queiram desfrutar financeiramente do cargo que ocupam. É o que nos move aqui, e o lema do Rio Preto Esporte Clube é este: ‘Nós vivemos para o Rio Preto’”, completou. Para ele, a nova lei de responsabilidade fiscal aprovada em agosto deste ano tem tornado mais difícil a vida dos dirigentes que cometem erros em suas administrações.
“Não há hoje, pela lei federal vigente, condições, nem legais nem morais, de se empurrar a sujeira para debaixo do tapete. Os fatos têm de ser apurados como aqui o foram, com direito à defesa, direito ao contraditório, e a lei é muito clara nesse sentido. A lei 13.155, de 4 de agosto de 2015, recentemente promulgada, estabelece princípios e práticas de responsabilidade fiscal e financeira propondo uma gestão transparente e democrática para os clubes e as entidades desportivas de futebol. É muito claro o capítulo que trata da gestão temerária, e os dirigentes que, ao terem conhecimento de irregularidades cometidas, se omitirem desta apuração responderão solidariamente a essas irregularidades”, concluiu.
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