Ronaldinho é esperança para México espantar rótulo de “cemitério de craques”

  • Por Agencia EFE
  • 10/09/2014 21h44
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Cidade do México, 10 set (EFE).- Aos 34 anos, após ter vencido quase tudo no futebol, Ronaldinho Gaúcho defenderá o modesto Querétaro e precisará espantar o fantasma da dúvida surgido pelo fracasso de grandes jogadores no Campeonato Mexicano desde os anos 70.

Embora talento seja algo que não se perde, Ronaldinho está longe daquele grande jogador eleito o melhor do mundo em 2004 e 2005 e deverá mostrar o que sabe em um campeonato difícil, que pode ser comparado ao Brasileirão, tanto no equilíbrio quanto nas condições. No México, como no Brasil, as condições climáticas, a altitude e o horário das partidas variam muito.

É algo a que muitos craques não se adaptaram. Exemplo claro é Bebeto, que em 1999, aos 35 anos, foi contratado pelo Toro Neza. O camisa 7 do tetra da seleção brasileira marcou apenas dois gols em oito jogos e deixou o clube em litígio com o presidente.

Antes da fraca atuação de Bebeto, Eusebio, maior jogador da história de Portugal e artilheiro da Copa do Mundo de 1966, balançou a rede apenas uma vez pelo Monterrey na temporada 1975/1976.

Outros grandes atletas também fracassaram em território mexicano. O meia José María Bakero, que disputou duas Copas pela Espanha, em 1990 e 1994, marcou apenas três gols em 17 partidas pelo Veracruz em 1997.

Campeão espanhol por Barcelona e Real Madrid, o alemão Bernard Schuster passou em branco em nove compromissos com a camisa do Pumas de 1996 e 1997. Um dia, o ex-meia foi consultar um dentista na Alemanha e nunca mais voltou ao clube da Cidade do México.

Outro que pendurou as chuteiras sem destaque algum na América do Norte foi o ex-volante Josep Guardiola. O agora técnico do Bayern de Munique disputou dez partidas e fez um gol pelo Dorados de Sinaloa de 2005 a 2006. O grande objetivo do espanhol, no entanto, era aprender com o treinador Juan Manuel Lillo.

No entanto, o futebol mexicano não é necessariamente um “cemitério de craques”. O chileno Ivan Zamorano foi campeão nacional pelo América em 2002, e o argentino Cláudio López repetiu o feito pelo mesmo time três anos depois. Ídolo do Real Madrid, o espanhol Emilio Butragueño foi bem pelo Atlético Celaya na temporada 1996/1997, sem, contudo, ter conquistado título.

Ronaldinho Gaúcho chega a uma equipe de médio porte, que deixou boa impressão pela entrega nos últimos torneios, mas precisará estar concentrado para não endossar a lista de fracassos no México.

“Sim, eu gosto de cantar e dançar, mas minha grande festa é em campo com uma bola”, disse o astro no dia da assinatura do contrato com o Querétaro, depois de ter sido perguntado por um jornalista sobre farras que por algumas vezes ganharam o noticiário internacional. EFE

gb/dr

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