Rosario é forte, sabe que Palmeiras está mal e quer usar até Allianz a seu favor

  • Por Jovem Pan
  • 02/03/2016 17h49
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Rosário Central tem a melhor campanha do Campeonato Argentino de 2016

Facebook/Reprodução Rosário Central tem a melhor campanha do Campeonato Argentino de 2016

Para o Palmeiras, não serão apenas os três pontos que estarão em jogo nesta quinta-feira, no Allianz Parque, pela segunda rodada da Copa Libertadores da América. A partida contra o Rosario Central, às 21h45 (de Brasília), tem tudo para ser um divisor de águas na temporada da equipe alviverde. Um tropeço pode significar mudança no comando técnico. Uma vitória, por outro lado, daria confiança e aliviaria consideravelmente as cobranças sobre o elenco.  

Há, portanto, muita expectativa sobre o que o Palmeiras fará em campo diante do Rosario Central. A saída de bola estará melhor? Os meias conseguirão reter a posse e trabalhar jogadas ofensivas? Os zagueiros não vão falhar pelo alto? Muitas dúvidas cercam e pressionam o time comandado por Marcelo Oliveira antes do confronto continental. E, acredite: a equipe argentina sabe disto. 

O repórter André Ranieri, da Rádio Jovem Pan, conversou com um jornalista argentino que está no Brasil para acompanhar o Rosario Central e descobriu que os visitantes pretendem se aproveitar do mau momento do Palmeiras para sair do Allianz Parque com os três pontos na bagagem. Principal locutor da Rádio LT3de RosarioEzequiel Cassé revelou que o time argentino imagina, até, usar a fanática torcida alviverde a seu favor.

 

Nós sabemos desta fase do Palmeiras, e ojogadores e a comissão técnica do Rosario também. Eles certamente têm em mente que precisam se aproveitar dela. Acho que um gol rápido certamente facilitaria o trabalho do time”, apostou Cassé. “O público vai jogar a favor do Palmeiras antes do jogo, sem dúvidas. Mas, dependendo do que acontecer durante os 90 minutos, pode muito bem favorecer ao Rosario Central, sem dúvidas”, acrescentou. 

Inicialmente, contudo, não se imagina que isso vá acontecer. Apesar de o Palmeiras estar jogando muito mal e ainda não ter vencido dentro de casa na temporada, a torcida tem prometido apoio incondicional na Libertadores. Durante partidas do Campeonato Paulista, por exemplo, a principal organizada palmeirense exibiu faixas que diziam que a “Libertadores é obsessão” e que o torcedor “está junto com o time”.  

Na campanha que deu o título da Copa do Brasil ao time alviverde no ano passado, o estádio da Barra Funda atuou como uma espécie de caldeirão ao Palmeiras, inflamando os jogadores e pressionando excessivamente os rivais. O título foi conquistado muito por causa da conexão estabelecida entre a equipe e as arquibancadas. Mas isto não tira o sono do Rosario Central. 

“O Palmeiras vai enfrentar um time de muita qualidade, principalmente do meio para frente. O Rosario tem jogadores muito técnicos e que, hoje, vivem momentos brilhantes“, avaliou Ezequiel Cassé“As expectativas depositadas sobre o Rosario Central são altas, porque a equipe vem jogando bem. O time tem conseguido se sobrepor contra grandes rivais na Argentina“, completou. 

E ele tem razão. No ano passado, o Rosario Central terminou o Campeonato Argentino na terceira posição e foi vice-campeão da Copa da Argentina após uma final bastante polêmica contra o Boca Juniors. Já nesta temporada, o time comandado pelo técnico Eduardo Coudet está invicto, lidera o Grupo A da liga nacional e é considerado um dos favoritos ao título.

É esta boa campanha no Campeonato Argentino, por sinal, que curiosamente pode ajudar o Palmeiras nesta quinta-feira. Isto porque, por estar indo bem na competição doméstica, o time de Rosario vai poupar alguns de seus titulares na Libertadores. 

Inimaginável no Brasil, tal atitude pode ser justificada na equipe argentina: ela não ganha um título nacional desde 1987, e a pressão para o fim da fila é enorme. Como o campeonato deste ano é mais curto (acaba em maio, para que o calendário argentino se alinhe com o europeu), o Rosario tem preferido apostar tudo nele, e não no torneio continental (que, por sua vez, é a prioridade de Boca, River e Racing). 

Assim, pode-se entender o decepcionante empate do Rosario Central com o Nacional-URU, dentro de casa, na estreia da Libertadores: o técnico Coudet poupou quase meio time. Para o confronto com o Palmeiras, o artilheiro da equipe no ano, o grandalhão Larrondo, já está descartado. Lesionado, o “Ibrahimovic argentino” sequer veio para São Paulo – assim como o lateral Cristian Villagra, os zagueiros Mauro Cetto e Alejandro Donatti, o volante Walter Montoya e o atacante Cesar Delgado, que não foram relacionados.

Tantos desfalques podem ser o estímulo que a equipe alviverde precisava para vencer bem e superar as desconfianças que tanto a assombram em 2016. Assim como também podem aumentar o peso de uma possível derrota dentro de casa e provocar a demissão de Marcelo Oliveira. A certeza, portanto, é uma só: o Palmeiras não será o mesmo depois da partida contra o Rosario Central. 

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