Runco fala em “lesão comum” e compara corte de Neymar a Emerson

  • Por Jovem Pan
  • 05/07/2014 17h09

O médico José Luiz Runco prestou esclarecimentos em relação à lesão de Neymar

Mowa Press José Luiz Runco

O médico da Seleção Brasileira, José Luiz Runco, concedeu entrevista coletiva na tarde deste sábado (5), na Granja Comary, para esclarecer alguns pontos referentes à contusão sofrida por Neymar no jogo contra a Colômbia, que vai tirar o atleta do restante da Copa do Mundo.

Runco frisou na coletiva que, logo na sequência do lance, depois que o lateral Camilo Zúñiga atingiu com o joelho a região lombar de Neymar, a preocupação já tomou conta da equipe médica da Seleção Brasileira.

“Quando entramos no campo ontem (sexta-feira), duas coisas nos deixaram preocupados: o desespero do Marcelo para que entrássemos em campo e quando conversamos com o atleta. Ficou claro que ele tinha um trauma na região lombar. A maior dificuldade dele foi de virar de barriga para baixo para ficar de barriga para cima”, declarou o médico. “O atleta foi encaminhado para uma sala de atendimento específico para jogadores, que todos os estádios da Copa do Mundo têm.

Naquele momento, pelo quadro de dor, pelas dificuldades que ele apresentava, pensamos que ele pudesse ter essa fratura. Ele foi levado de ambulância para uma clínica e, com a tomografia computadorizada, vimos que ele tem uma fratura no processo transverso da terceira vértebra lombar à esquerda”, prosseguiu.

José Luiz Runco esclareceu que algumas imagens dos exames que estão circulando na internet não são reais, já que somente ele tem a posse da radiografia. Além disso, o doutor se disse feliz pelo fato de os exames não terem apontado nada mais sério. “Precisávamos ver se tinha alguma lesão mais grave, no rim, por exemplo, mas a ressonância magnética não detectou nada, graças a Deus”, revelou.

Em relação ao processo de recuperação de Neymar, Runco esclareceu alguns pontos e deixou claro que nenhum tratamento mais específico precisará ser adotado, já que a lesão é “comum” e que o tempo estimado para o atleta ser liberado é de três a seis semanas.

“Ele vai usar uma cinta lombar, mas não o colete ortopédico. Ele consegue dar passos, consegue caminhar e não tem nenhuma lesão neurológica. Não tem problemas que vão comprometer sua carreira como jogador de futebol. Ele só precisa de repouso, de um tempo para que a fratura consolide”, falou, ainda sem saber se o atleta vai poder assistir aos próximos jogos no estádio. “Tudo depende do quadro de dor dele. Se ele não estiver sentindo dor, nada impede. Não vai comprometer em nada. Ele precisa estar sentado, confortável. Só o tempo que vai nos dizer se isso será possível ou não”, observou.

Runco falou como se deu o processo de informar o jogador que ele estava fora do Mundial.

“A gente estava vivendo um momento muito especial nesta Copa, de não ter cortes e ter todos os atletas competindo. Foi um exemplo desagradável. Quando eu passei a informação, ele ficou muito triste. Nós também nos emocionamos. Você quebra o sonho de uma pessoa. Não dei chance nem de ele perguntar se ele estava fora da Copa. Eu passei a informação e ele chorou muito, mas com o tempo entendeu”, declarou. “Toda vez que você tem um jogador que se vê obrigado a não competir por ordem médica, a decisão é dele. Ele pediu para ficar em casa, onde ele ficaria mais confortável”, continuou.

O médico da Confederação Brasileira de Futebol comparou a notícia do desfalque de Neymar com outro corte marcante na Seleção Brasileira.

“Foi semelhante à época do corte do Emerson. Foram situações difíceis e são coisas absolutamente abruptas. O sujeito se machuca e você é obrigado a fazer o corte. E, em uma Copa do Mundo, a repercussão é sempre mais forte”, finalizou Runco.

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