Sandro Rosell depõe e admite que não leu contrato assinado por Neymar

  • Por Agência EFE
  • 22/07/2014 15h21
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O ex-presidente Sandro Rosell depôs no tribunal sobre o caso da contratação de Neymar

EFE Sandro Rosell

O ex-presidente do FC Barcelona Sandro Rosell defendeu nesta terça-feira perante um tribunal a legalidade da contratação do atacante brasileiro Neymar, por quem, segundo disse, o clube pagou 57,1 milhões de euros.

Segundo explicaram à Agência Efe fontes jurídicas, Rosell, que prestou depoimento como acusado por suposta apropriação indevida durante cerca de três horas, explicou ao juiz que ele se limitou a assinar os contratos que foram dados pelos serviços jurídicos do clube porque confiava neles e que, segundo assegurou, estavam bem feitos.

Rosell sustentou que a transferência de Neymar custou 57,1 milhões ao Barcelona: 17,1 milhões para o clube brasileiro no qual jogava, o Santos, pelos direitos federativos, e 40 milhões para a empresa N&N, propriedade do pai do jogador, que tem exclusividade de seus direitos de imagem.

Em declarações aos meios de comunicação a sua saída do Tribunal, o advogado do querelante, Felipe Izquierdo, explicou que Rosell não prestou atenção nas letras miúdas do documento, porque o departamento jurídico do clube havia dito que estava tudo certo.

Rosell é acusado desde 22 de janeiro por um delito de apropriação indevida na contratação, o que provocou sua demissão do clube.

Hoje também prestou depoimento o representante legal do Barcelona, Antonio Rossich, que compareceu ao Tribunal pelo delito fiscal acusado por uma suposto fraude à Fazenda de 9,1 milhões de euros na contratação.

O clube depositou em 25 de fevereiro 13,5 milhões para saldar com a Fazenda qualquer possível dívida tributária, um pagamento que tanto Rosell como Rossich disseram que foi feito por prudência.

O juiz e o promotor do caso, José Perals, questionaram Rosell pelos diferentes contratos assinados entre o Barcelona e Neymar, entre eles um de 4 milhões de euros assinado com a N&N.

Segundo as fontes do clube, este contrato tinha como objetivo que N&N divulgasse no Brasil a imagem de Neymar como jogador do Barcelona e tanto Rosell como Rossich (em sua qualidade de diretor-geral da entidade) estavam de acordo em assiná-lo e eram conscientes que supunha um risco comercial.

O pai de Neymar usou parte desse dinheiro para instalar um escritório em Barcelona, algo que, segundo as mesmas fontes, estava dentro do contrato se com isso fosse assegurada a promoção do jogador no país sul-americano.

Izquierdo criticou que o contrato tinha uma cláusula que garantia o pagamento dos 4 milhões de euros, embora a N&N não conseguisse nenhum resultado no Brasil.

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