Santos sofre contra Audax, mas é bicampeão paulista com golaço de Oliveira

  • Por Jovem Pan
  • 08/05/2016 18h04

Santos deixou o São Paulo para trás e se igualou ao Palmeiras como segundo maior campeão paulista

Ivan Storti/Santos FC/Divulgação Santos deixou o São Paulo para trás e se igualou ao Palmeiras como segundo maior campeão paulista

O Santos parece, mesmo, ter se tornado o dono do futebol de São Paulo. Em sua oitava final estadual consecutiva, o time alvinegro sofreu diante do surpreendente Grêmio Osasco Audax, mas foi mais eficiente e faturou, de novo, o titulo do Campeonato Paulista. A conquista veio após uma complicada vitória por 1 a 0, neste domingo, na Vila Belmiro. O jogo de ida da grande decisão, disputado em Osasco, havia acabado com empate por 1 a 1. 

O herói do título santista foi Ricardo Oliveira. O camisa 9, que não balançava as redes há dez jogos, tirou o time do sufoco no fim do primeiro tempo e anotou um verdadeiro golaço, com direito a caneta no bom zagueiro Bruno Silva. O lance foi um sopro de genialidade de um humilde Santos, que não teve arrogância e se fechou na defesa para combater o corajoso Audax. O time de Osasco dominou a partida, teve quase 70% de posse de bola em plena Vila Belmiro e até acertou a trave quando o confronto estava empatado por 0 a 0. No futebol, contudo, o que vale é bola na rede. 

A glória deste domingo confirma que, em âmbito estadual, o Santos tem colocado os rivais no bolso. Este foi, afinal, sétimo título paulista do clube no século, o segundo consecutivo e o quinto nos últimos sete anos. Um absurdo. Que fez o Peixe ultrapassar o São Paulo e se igualar ao Palmeiras como segundo maior vencedor de Paulistões da história – com 22 títulos. O recordista ainda segue sendo o Corinthians, com 27 taças. Se o Santos continuar com tamanha fome, porém, a lista pode ganhar um novo líder em pouco tempo. 

A conquista deste domingo ainda serviu para aumentar a invencibilidade do Santos na Vila Belmiro. O time não perde dentro de seu estádio desde 5 de julho do ano passado, quando caiu para o Grêmio, pelo Campeonato Brasileiro. Vinte e oito jogos foram disputados desde então, com 24 vitórias do Santos e quatro empates. Pelo Paulista, a última derrota alvinegra em casa aconteceu em 2011.  

Audax, então, foi apenas mais uma vítima santista. O time que encantou o estado e surpreendeu gigantes com um modelo de jogo bonito, baseado na manutenção da posse de bola, compactação e intensa movimentação, teve de se contentar com um satisfatório, mas amargo, vice-campeonato. Agora, a vistosa equipe de Sidão, Bruno Silva, Camacho, Yuri, Tchê Tchê, Bruno Paulo e Ytalo muito provavelmente será desmanchada. Restará torcer para que ao menos o ousado técnico Fernando Diniz permaneça para a inédita disputa da Série D do Campeonato Brasileiro.

Nervosismo? Que nada! 

Audax começou a trabalhar com o futebol profissional apenas em 2003. Tem, então, somente 13 anos de história. Como jogou, neste domingo, a primeira final de sua curta biografia em uma lotada Vila Belmiro, imaginava-se que sentiria nervosismo e levaria alguns minutos até se assentar em campo. Mas isto não aconteceu. O time de Osasco não se inibiu com o alçapão alvinegro e impôs o seu estilo durante toda a partida. Os comandados por Fernando Diniz propuseram o jogo, chegaram a beirar os 70% de posse de bola e encurralaram o Santos no campo de defesa por muitos momentos. As finalizações à meia distância infernizaram o goleiro Vanderlei. 

Duelo de estilos 

Santos e Audax fizeram um verdadeiro duelo de estilos neste domingo, na Vila Belmiro. O time de Osasco dominou a posse de bola e atuou como protagonista da partida, tomando a iniciativa de trabalhar as jogadas ofensivas. Já a equipe alvinegra não se preocupou em recuar e fechar espaços na defesa à espera de contragolpes. Foi o jogo de quem atua a bola contra quem, hoje, preferiu trabalhar com o espaço. 

Não deu, Lucas Lima 

Lucas Lima lutou muito para conseguir entrar em campo neste domingo, na Vila Belmiro. Depois de sofrer uma entorse no tornozelo direito e ser substituído na partida de ida, em Osasco, o meia passou por tratamento intensivo durante a semana e, surpreendentemente, foi titular na grande decisão, na Baixada. A participação do camisa 20 neste domingo, contudo, não durou muito. Claramente sem condições de jogar, Lucas caiu no chão e, aos prantos, pediu para sair do campo aos 23 minutos. Depois de errar passes fáceis e praticamente não se movimentar em campo, deu lugar a Paulinho ainda na metade inicial do primeiro tempo. 

Quem não faz…

Uma das expressões mais clichês do futebol mundial foi colocada em prática neste domingo, na Vila Belmiro. O Audax teve inúmeras chances de abrir o placar no primeiro tempo: acertou bola na trave, obrigou o goleiro Vanderlei a trabalhar e acertou finalizações a centímetros da trave alvinegra. Mas não fez o gol. Assim, praticamente no primeiro contra-ataque encaixado com perfeição pelo Santos na partida, foi castigado. Aos 40 minutos da etapa inicial, Vitor Bueno puxou um contragolpe para lá de veloz e acionou Ricardo Oliveira. O atacante, que não marcava um gol há dez jogos, aplicou uma caneta espetacular em Bruno Silva e tirou de Sidão, fazendo explodir a Vila Belmiro. Como diria o poeta, quem não faz, toma.

E aíjuizão? 

O Santos chegou a fazer o segundo gol depois de se segurar na defesa durante todo o segundo tempo. Em posição legal, Joel recebeu passe pela ponta esquerda aos 36 minutos e fuzilou no cantinho do goleiro Sidão. A arbitragem, contudo, interrompeu a comemoração da torcida na Vila Belmiro e anulou o gol, alegando impedimento. Foi um erro claro, mas que, no fim, não fez falta ao Santos, bicampeão estadual dentro de casa.

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