“Se 50% não for pago, não tem jogo”, diz advogado de atletas do Barueri

  • Por Luis Carlos Quartarollo
  • 21/08/2014 13h37
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Jogadores do Operário deitam no gramado em apoio aos jogadores do Grêmio Barueri que não entraram em campo

Marcos Bezerra/Futura Press/Folhapress Jogadores do Operário deitam no gramado em apoio aos jogadores do Grêmio Barueri

A situação dos jogadores do Grêmio Barueri está cada vez mais complicada. Sem dinheiro, o clube não paga os atletas há dois meses na carteira de trabalho e deve quatro meses de direitos de imagens, tanto que eles se recusaram a entrar em campo contra o Operário-MT, na última sexta-feira (15), pela Série D do Campeonato Brasileiro.

Em entrevista à rádio Jovem Pan na tarde desta quinta-feira, o advogado Thiago Rino, que defende os direitos dos profissionais junto ao Sindicato dos Atletas de São Paulo, revelou que se pelo menos 50% da dívida não for quitada, o elenco manterá a greve e não enfrentará a Tombense, na próxima sexta.

“Os jogadores acabaram de decidir em uma reunião que se pelo menos 50% da dívida não for quitada, amanhã não haverá jogo”, informou Rino.

O advogado disse que não há corpo mole por parte de seus clientes, pois eles só querem receber o que já trabalharam. “O objetivo deles é apenas receber pelo o que já trabalharam. A diretoria pode se mobilizar e terminar de efetuar os pagamentos”, espera.

Segundo o homem da lei, o presidente do Barueri, Alberto Ferrari, também conhecido como José Alberto Dias Jeremias, realizou o pagamento de um salário de carteira e outro dos direitos de imagem, o que ainda não sana as necessidades dos atletas da agremiação.

Com falta de dinheiro para se alimentar e fazer as necessidades básicas, Rino escancarou a profunda crise por qual passa o clube paulista, que já chegou a jogar a Série A do Brasileirão.

“Eles emprestam pasta de dente e sabonete um ao outro. O sindicato prestou assessoria no sábado e domingo para que eles pudessem comer, pois a cozinha estava fechada. Isso é muito complicado para atletas de alto desempenho”, explicou.

O doutor comentou a situação dos portugueses Felipe Aguiar e Antonio Leão Torres, afirmando que ela é bem complicada. Os europeus foram convidados a integrarem o elenco do Barueri e pagaram até a passagem para vir ao Brasil. “Eles foram convidados para vir e pagariam a passagem, seriam reembolsados e receberiam um contrato de seis a 12 meses. Eles não receberam nada, nem o dinheiro de volta da passagem. Ainda não estão irregulares, porque não passaram de 90 dias no país, mas podem vir a se tornar”, completou.

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