Sedes dos Jogos Olímpicos poderão ceder modalidades a outras cidades e países

  • Por Agencia EFE
  • 08/12/2014 10h30

Mônaco, 8 dez (EFE).- O Comitê Olímpico Internacional (COI) aprovou nesta segunda-feira a possibilidade de a cidade-sede dos Jogos Olímpicos ceder a organização de modalidades esportivas a outras cidades do mesmo país ou, inclusive, de um país diferente, de forma excepcional para reduzir despesas.

A mudança foi aprovada por unanimidade na 127ª sessão plenária do COI, que está sendo realizada em Mônaco. No total, serão votadas 40 reformas nos Jogos Olímpicos no encontro, que acaba na terça-feira.

De acordo com o diretor do grupo de trabalho que propôs algumas das alterações, o australiano John Coates, o interesse do COI é tornar os Jogos Olímpicos mais atrativos e sustentáveis para as cidades.

A partir de agora, serão apenas quatro as apresentações públicas exigidas pelo COI. O uso de instalações provisórias será incentivado. Projetos adaptados à realidade social, econômica e esportiva dos países serão bem vistos pela entidade.

Segundo Coates, o processo da própria candidatura será mudado, transformado em um convite ao debate em cooperação com COI, e não “na aquisição de uma franquia”. Será acrescentado um primeiro período de consultas aos interessados para avaliar como os Jogos Olímpicos podem se encaixar melhor nas futuras sedes.

“Os Jogos podem ter êxito com diferentes modelos”, disse Coates, citando a alteração sobre a possibilidade de cessão de modalidades para cidades do mesmo país ou até mesmo de outros países.

Para tomar uma decisão como essa, o COI afirma se baseará nos custos envolvidos e na sustentabilidade.

Além disso, o contrato do COI com a cidade-sede deve ser público, incluindo as contribuições financeiras feitas pela entidade e as cláusulas relativas ao meio ambiente e as condições trabalhistas.

O órgão também passa a pagar pelas despesas das visitas da Comissão de Avaliação às candidatas.

Os países interessados em sediar os Jogos Olímpicos poderão ter assessores externos, mas o COI exigirá que eles se registrem e assinem o código de ética de entidade.

“Se querem ser parte olímpica, que se declarem dispostas a acatar nossos valores e princípios”, afirmou Coates a respeito dos polêmicos lobbys.

Apesar de a mudança ter sido votada por unanimidade, o suíço Denis Oswald foi um dos poucos a se mostrar preocupado. Segundo ele, repartir provas olímpicas com outros países.

“Os atletas estão dispersos e o esporte afetado se parecerá mais com um campeonato mundial, sem ter uma autêntica vivência olímpica, embora os atletas também sejam convidados para estar na cerimônia de abertura”, afirmou.

Além disso, acrescentou, que só cidades bem equipadas poderão se candidatar para ser sedes dos Jogos Olímpicos no futuro se a questão orçamentária for priorizada.

“Os países emergentes poderiam ter dificuldades”, afirmou Oswald.

Já o holandês Camiel Eurlings disse, por outro lado, que a cruzamento de fronteiras nos Jogos Olímpicos permitirá que países menores tenham chances de organizá-los. EFE

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