Seleção Brasileira vive clima de solidão na Granja Comary após vexame

Maicon se ajoelha no gramado enquanto a seleção alemã passeava sobre o Brasil Maicon se ajoelha no gramado enquanto a seleção alemã passeava sobre o Brasil

Base dos treinamentos da Seleção Brasileira, a Granja Comary, em Teresópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, estava praticamente vazia nesta quarta-feira, um dia após a vexatória derrota por 7 a 1 para a Alemanha nas semifinais da Copa do Mundo.

Poucos torcedores passaram pelo controle policial que ainda está de plantão na porta do complexo e, ao contrário de outros dias, ninguém tentou furar o bloqueio para ver os jogadores.

Nesta quarta-feira não foram vistas bandeiras do Brasil, camisas amarelas ou pinturas nos rostos dos torcedores, algo constante na Granja desde o início da concentração, no último dia 25 de maio.

No pequeno público presente nos arredores do CT só se viam jaquetas e calças de cores neutras em função do vento e das temperaturas baixas. Aparentemente, o verde e amarelo saíram de moda na região serrana do Rio de Janeiro.

Segundo a imprensa brasileira, apenas seis torcedores viram a chegada do ônibus da seleção a Teresópolis após o retorno de Belo Horizonte.

A solidão da seleção é um panorama totalmente oposto ao que se viu nos dias antes da semifinal contra a Alemanha, quando nem os mais pessimistas previam uma derrota por 7 a 1.

No domingo passado, o dia mais cheio nesses 45 dias em Teresópolis, era praticamente impossível circular pela cidade serrana de 160 mil habitantes em função do engarrafamento que se estendeu até a estrada da serra.

Milhares de torcedores foram até Teresópolis para receber a seleção, embora a imensa maioria tivesse a consciência que seria impossível ver o treino. Esses torcedores sabiam que não iriam ultrapassar o controle policial, onde hoje estava apenas um agente quase sem trabalho.

Nesta quarta-feira, as ruas estavam vazias, sem os engarrafamentos do fim de semana, e as bandeiras brasileiras quase não foram vistas em Teresópolis.

Uma estátua do Hulk, o personagem da história em quadrinhos, vestido com uma camisa amarela do Brasil e que ficava na entrada do restaurante mais próximo à Granja Comary também não foi vista hoje no mesmo local.

A direção do restaurante, que se tornou ponto de encontro dos torcedores, disse à Agência Efe que o vento derrubou a estátua, que ficou danificada ao cair, e por isso ela foi retirada.

Na sala de imprensa da Granja Comary, alguns jornalistas eram testemunhas da solidão do Brasil em sua própria casa. O que também contrastava com as centenas de câmeras que lotavam o centro de treinamentos até a última segunda-feira.