Sem clube, técnico que endireitou Timão-2005 recusa convites por drama pessoal

  • Por Jovem Pan
  • 22/09/2016 17h09

Marcio Bittencourt foi campeão brasileiro com o Corinthians como jogador em 1990

Facebook/Reprodução Marcio Bittencourt foi campeão brasileiro com o Corinthians como jogador em 1990

Técnico na arrancada que colocou o Corinthians na briga pelo título brasileiro de 2005, Marcio Bittencourt não treina uma equipe profissional de futebol desde abril, quando foi rebaixado para a Série A2 do Campeonato Paulista com o Água Santa. Desde então, recebeu alguns convites, mas recusou todos. O motivo? Um drama pessoal.

Em entrevista exclusiva a Bruno Prado que vai ao ar no próximo fim de semana, na Rádio Jovem Pan, Marcio Bittencourt revelou que precisou dar uma pausa na carreira depois da morte da mãe, a quem chamou de “joia rara”. Ela faleceu no fim de julho, e, desde então, o técnico abriu mão do trabalho para ficar ao lado da família.

“Eu precisava desse tempo, porque, quando fatos como esse acontecem, a gente perde um pouco o chão. Aí, até voltar, demora um tempo. Mas a vida é assim… Na dor, a gente aprende muita coisa“, afirmou Marcio Bittencourt, tendo de conter a emoção. Só agora estou me reestruturando para retomar a carreira. A minha mãe era a minha joia rara. Mas a vida segue. A partir de agora, tenho que começar a repensar no trabalho“, acrescentou.

Campeão brasileiro como jogador em 1990, Marcio Bittencourt ganhou projeção nacional como técnico em 2005, logo em sua primeira experiência à frente de um banco de reservas. Então auxiliar do Corinthians, ele assumiu o time alvinegro na terceira rodada do Campeonato Brasileiro, logo após a derrota por 5 a 1 para o São Paulo que culminou com a demissão do argentino Daniel Passarella.

Com jogadores do calibre de Fábio Costa, Gustavo Nery, Roger Flores e Carlitos Tévez, a equipe ocupava a parte de baixo da tabela, é verdade, mas Bittencourt rapidamente a colocou nos eixos. Sob o comando do auxiliar, o Corinthians passou a acumular bons resultados e, sem mais delongas, disparou na tabela de classificação. Foram 17 vitórias e apenas seis derrotas em 28 jogos. Mesmo assim, o então novato treinador não encerrou a competição à frente do time. Depois de uma sequência de maus resultados, foi trocado por Antônio Lopes, que acabou campeão no fim do ano.

A atitude da diretoria alvinegra ainda deixa Marcio Bittencourt entristecido, mas ele prefere guardar com carinho os anos de experiência que teve no Corinthians. Foram 14 como jogador e seis como auxiliar. Neste período, trabalhou ao lado de técnicos como Carlos Alberto Parreira, Geninho, Daniel Passarella e Tite.

O atual comandante da Seleção, por sinal, é quem inspira Marcio Bittencourt – que, depois de cinco meses sem clube, quer retomar a carreira de técnico. Ele sempre foi um cara muito legal, focado, centrado no trabalho… E, taticamente, mudou muito. Não à toa, é, hoje, o melhor técnico do futebol brasileiro. O Tite serve como lição para todos os técnicos do País, inclusive para mim“, encerrou.

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