Sem sua “Brazilian Storm”, Silvana Lima resiste contra o machismo no surfe

  • Por Jovem Pan
  • 16/04/2016 16h28
Reprodução/Instagram Silvana Lima considera as mulheres mais fortes do que os homens

O surfe tem ganhado popularidade no Brasil graças ao desempenho e aos títulos da chamada “Brazilian Storm”, geração que conta com os campeões Gabriel Medina e Filipe Toledo e promessas como Ítalo Ferreira. No entanto, será que existe uma versão feminina dessa “tempestade”? Infelizmente, não. A cearense Silvana Lima é a única brasileira a participar do Circuito Mundial de Surfe. Atualmente, ela disputa a Qualifying Series e tenta voltar à elite da divisão feminina do esporte.

Para ela, é mais difícil praticar esporte sendo mulher. “Acho que é por já vir essa cultura de que sempre o homem é o melhor e as mulheres não chegam perto. A dificuldade é enorme, no surfe, em vários esportes, no futebol nem se fala. Todas as mulheres são muito guerreiras, sempre acreditando em Deus vamos tentando melhorar para aparecer na mídia, atrás de patrocínios e bons resultados. A gente é muito guerreira, bem mais fortes que os homens, porque para eles é bem mais fácil conseguir o que eles querem”, disse Silvana em entrevista a Raphael Thebas, da Rádio Jovem Pan.

A temporada atual teve apenas duas etapas, nas quais a brasileira ainda não conseguiu encaixar um bom resultado. “Na primeira, eu fui até as oitavas, na outra também não fui bem como esperava. Mas só começou o ano, tem muito para acontecer ainda. Vai ter uma etapa na Bahia, em casa, onde eu posso pegar um bom resultado, e depois o México, que tem uma onda superboa que eu gosto muito. Estou superansiosa e focada para voltar ao WCT”, ponderou.

Para conseguir a vaga na elite, Silvana se prepara tanto dentro quanto fora d’água. “A minha preparação é sempre academia, na areia, piscina também. Sempre focada, procurando render o máximo, pois assim a gente consegue ter habilidade e evoluir. É muito importante evoluir fora d’água também com vários exercícios e coisas que pode fazer, como ioga, academia, fisioterapia. Eu tento fazer o máximo para poder chegar na água e mandar as manobras”, explicou.

A única coisa que Silvana lamenta é não ter outra brasileira para lhe fazer companhia no WQS. “Eu gostaria de ter outra brasileira fazendo parte, para viajar juntas, competir, trocar ideias. É triste isso, mas eu estou aqui, é meu sonho estar competindo entre as melhores do mundo, sou muito competitiva, e o que eu puder fazer para estar entre as melhores do mundo eu vou fazer”, concluiu a surfista.

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