Serviço secreto da França revela preparo de atentado terrorista no Rio-2016

  • Por Estadão Conteúdo
  • 13/07/2016 12h45
  • BlueSky
EFE França parlamento

A ameaça terrorista durante os Jogos Olímpicos do Rio é real. Ao menos é o que afirmou o chefe da Direção de Informação Militar (DRM), um dos serviços secretos da França, o general Christophe Gomart, à Comissão Parlamentar de Inquérito que investigou os atentados de 13 de novembro em Paris e Saint-Denis. Segundo as informações da Inteligência, o ataque seria cometido por um brasileiro em nome do grupo jihadista Estado Islâmico e teria como o alvo a delegação francesa.

A declaração foi feita, em 26 de maio último, aos deputados, mas veio a público somente na passada terça-feira (12) com a publicação de um relatório no site do Legislativo. Em seu depoimento, o militar revelou, por acidente, que documentos de inteligência militar da França indicavam a organização de um atentado no Rio de Janeiro pelo Estado Islâmico. 

O trecho relativo à capital fluminense é um vazamento de informação e, a pedido do próprio general, a transcrição do texto foi retirada das notas públicas da CPI francesa.

Segundo o jornal Libération, o trecho retirado das transcrições diz respeito ao diálogo entre o deputado Georges Fenech e o próprio Gomart. Todas as declarações do parlamentar foram apagadas dos documentos públicos, mas a resposta do oficial acabou permanecendo involuntáriamente, “eu não tinha ouvido falar deste cidadão brasileiro que se prepararia para cometer atentados contra a delegação francesa dos Jogos Olímpicos”, diz o diretor do DRM, em resposta às colocações de Fenech. 

A afirmação foi feita no momento em que o militar revelava outras ameaças de atentados que haviam sido desmontadas pelas forças especiais da França e, dentre elas, estava a atuação de sete franceses treinados em campos jihadistas no Iêmen e que retornariam à Europa pelo Djibuti, país da África oriental. Ao lado de estrangeiros, eles “seriam suscetíveis de conduzir ações terroristas em território nacional”, ou seja, dentro da França. Outro caso evocado é o de um indivíduo identificado na Líbia e que seria um “combatente estrangeiro que se prepararia para entrar no território francês”. 

Não há informações nos documentos do Parlamento sobre se o suspeito brasileiro de integrar o Estado Islâmico e preparar um atentado no Rio estaria preso, nem mesmo se ele estaria ou não no Brasil. A reportagem aguarda respostas de pedidos de entrevistas com o deputado Georges Fenech e com a direção da DRM.

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.