Suíça condena ex-banqueiro por lavagem de dinheiro de cartolas sul-americanos
A Suíça condenou o ex-banqueiro Jorge Arzuaga por ter ajudado os cartolas do futebol sul-americano a lavar milhões de dólares em propinas em contas secretas pelos bancos suíços. De acordo com o Ministério Público suíço, a condenação é a primeira de 25 inquéritos que estão sendo conduzidos no país desde 2015. Um deles envolve diretamente Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF.
Jorge Arzuaga trabalhava no banco Credit Suisse e Julius Baer, amplamente usado pelos dirigentes sul-americanos. Nesta sexta-feira, a Suíça anunciou que ele foi condenado por falsificar documentos e não informar às autoridades sobre suspeitas de lavagem de dinheiro.
Em compensação, o banqueiro recebeu pagamentos no valor de US$ 650 mil (cerca de R$ 2,1 milhões). Agora, esse dinheiro será transferido ao Tesouro suíço. De origem argentina, o banqueiro admitiu ser culpado diante do Tribunal de Nova York, que julga os casos de corrupção na Fifa.
Segundo a investigação americana, Arzuaga criou empresas de fachada para esconder US$ 2 milhões (R$ 6,5 milhões) em pagamentos ilegais por parte de empresas que queriam ficar com direitos de torneios sul-americanos. Para as autoridades de Nova York, ele indicou que obteve ganhos de US$ 1 milhão (R$ 3,2 milhões) com o serviço prestado.
Ele teve de pagar uma fiança de US$ 1,5 milhão (R$ 4,9 milhões) para aguardar o processo em liberdade. Mas admitiu que, em sua rede de serviços, ajudou o ex-vice-presidente da Fifa, Julio Grondona, a esconder milhões de dólares em propinas. Na rede de contas fraudulentas, ele ainda transferia recursos para familiares dos cartolas. Para a corte americana, o argentino afirmou “lamentar” seus atos.
A condenação suíça é a primeira desde que o caso eclodiu em 2015. Mas, de acordo com Berna, 178 alertas de lavagem de dinheiro foram registradas envolvendo o caso da Fifa.
No total, o Ministério Público da Suíça realiza 25 investigações sobre a corrupção no futebol e está avaliando 19 terabytes de documentos e dados.
Um desses casos envolve diretamente Ricardo Teixeira. A pedido da Justiça norte-americana, os suíços repassaram dados sobre contas bancárias relacionadas ao brasileiro.
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