“Temos que transformar a dor em energia”, afirma o novo diretor da Chape

  • Por Jovem Pan
  • 10/12/2016 18h38
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RS - FUTEBOL/APRESENTACAO GREMIO - ESPORTES - Rui Costa, executivo de futebol do Gremio, apresenta os jogadores Willian Jose e Alex Telles como novos reforcos para a temporada 2013. FOTO: LUCAS UEBEL/GREMIO FBPA LUCAS UEBEL/GREMIO FBPA Antes de assumir o cargo de diretor-executivo da Chapecoense

A função do diretor-executivo de futebol em um clube vai além da negociação de reforços ou de intermediar a relação entre diretoria e jogadores. O diretor-executivo também auxilia no planejamento e gestão do clube. No caso da Chapecoense, que tenta superar a maior tragédia de sua curta história, o novo diretor-executivo terá que ajudar na restruturação do clube catarinense. O escolhido para essa missão foi Rui Costa, ex-Grêmio.

Em entrevista ao repórter Fredy Júnior, no Plantão de Sábado da Jovem Pan, o diretor-executivo da Chapecoense disse que o novo desafio em sua carreira vai exigir muita dedicação. Rui Costa se diz confiante e acredita que junto com a diretoria e comissão técnica, liderada pelo treinador Vagner Mancini, o clube catarinense terá condições de superar esse momento tão difícil pelo qual está passando.

“Estou muito animado. É um projeto gigantesco, de reconstrução, de devolver a Chapecoense ao seu lugar. Esse desafio vai exigir muito trabalho, mas com o apoio da comunidade, da diretoria, vamos alcançar nossos objetivos. O Mancini solidifica o projeto, pelo brilho no olhar, pela vontade demonstrada desde o primeiro momento que falou em trabalhar no clube”, disse o diretor-executivo.

Rui Costa afirmou que o nome do treinador, que tem quatro títulos na carreira (Copa do Brasil de 2005, com o Paulista de Jundiaí, Baiano de 2008 e 2016, com o Vitória, e Cearense de 2011, com o Ceará), foi escolhido de forma unanime pela diretoria da Chapecoense. O diretor-executivo acredita que Vagner Mancini pode dar continuidade ao trabalho que vinha sendo feito por Caio Júnior, morto na tragédia em Medellín, na Colômbia.

“A Chapecoense tem uma filosofia, uma característica em trabalhar de forma discreta. Era assim antes de Caio Júnior, foi assim com Caio Júnior e será assim após Caio Júnior. Mancini tem um perfil semelhante ao dele. É um treinador estudioso, que quer crescer junto com o clube. E como pessoa, é generoso, um cara simples. Foi uma escolha completamente acertada da diretoria”, completou.

Sobre o planejamento da temporada 2017, quando a Chapecoense irá disputar além do Campeonato Catarinense e Brasileiro, a Libertadores e Recopa Sul-Americana, Rui Costa disse que será necessário um elenco maior. Atualmente, o clube catarinense conta com poucos atletas em seu elenco profissional, além de alguns nomes na base que podem ser aproveitados, mas ainda insuficiente para disputar as competições no próximo ano.

“Temos um desafio muito grande. Infelizmente a Chapecoense não tem uma equipe à disposição para entrar em campo. Não podemos transferir a responsabilidade para a base. Vamos ter que contratar muitos jogadores para podermos disputar todas as competições que estão previstas. Por mais difícil que seja, queremos uma equipe competitiva em 2017. Vamos ter que buscar muitos atletas para formarmos o grupo de trabalho no próximo ano”.

Clubes brasileiros e até de outros países ofereceram ajuda a Chapecoense após a tragédia em Medellín, como empréstimos de atletas sem custos. Porém, o diretor-executivo disse que o clube catarinense ainda está estudando a melhor forma pare receber esse apoio. Rui Costa está em busca de atletas que possam agregar algo ao time e não receber jogadores que estão “sobrando” no mercado.

“Recebemos com muito bom grado essas ajudas, mas queremos jogadores que possam nos ajudar nesse momento tão difícil. Temos que avaliar o perfil dos atletas e isso vai acontecer junto com o Mancini. Depois disso, podemos pensar em nomes, em quantidade. Mas, tem muitos clubes querendo ajudar, oferecendo atletas. E isso para nós é muito interessante, mas temos que filtrar os nomes”, afirmou.

Para Rui Costa, os atletas que forem defender as cores da Chapecoense terão uma responsabilidade ainda maior a partir de 2017, pois terão que honrar aqueles que se foram na tragédia. O diretor-executivo disse que o clima de consternação é grande na cidade de Chapecó e que a tragédia jamais será esquecida, mas que o clube precisa planejar a próxima temporada e dar sequência ao trabalho que vinha sendo feito.

“A tragédia jamais será esquecida, mas ao mesmo tempo, a única maneira de superarmos a tristeza que tomou conta de Chapecó é jogando futebol, é entrando em campo, é voltando a brigar por títulos. Nós temos que transformar essa dor em energia. Quem chega estará representando aqueles que se foram e toda uma comunidade apaixonada pelo clube. Por mais difícil que seja, temos que tentar superar essa dor”, finalizou.

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