“Tenho menos apoio hoje do que antes da Olimpíada”, desabafa medalhista Ágatha
Ágatha Rippel ganhou a medalha de prata do vôlei de praia nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro
Ágatha Rippel ganhou a medalha de prata do vôlei de praia nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro“O ano de 2016 vai ficar marcado para sempre... Foi quando eu conquistei a minha primeira medalha olímpica. Foi, sem dúvidas, o melhor ano da minha vida”.
A declaração de Ágatha Rippel em entrevista exclusiva a Fredy Junior para o Domingo Esporte, da Rádio Jovem Pan, não necessariamente traduz o cenário enfrentado pela jogadora de vôlei de praia quatro meses depois dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Medalhista de prata ao lado de Bárbara Seixas, a curitibana de 33 anos ainda não tem patrocínio para competir em 2017.
De acordo com Ágatha, a situação pós-Olimpíada tem sido pior que a pré-Rio-2016.
“O País vive uma grande crise, e o esporte não deixa de ser afetado por ela. Mesmo depois da medalha, eu estou tendo grandes dificuldades, sim, de fechar patrocínios. Não está sendo fácil. Eu e minha empresária estamos correndo atrás. Ainda estamos em fase de negociação com algumas empresas… Mas, se você for ver a minha situação atual, estou com menos apoio hoje do que antes da Olimpíada. Esta medalha, até agora, não me trouxe frutos financeiros. Espero que o cenário melhore para o ano que vem“, desabafou a atleta, com exclusividade, à Jovem Pan.
O exemplo de Ágatha, infelizmente, não é único. Se a jogadora de vôlei de praia tem encontrado problemas para fechar parcerias com empresas particulares, outros atletas têm reclamado da diminuição do investimento público ao esporte brasileiro depois da Rio-2016. Mais de R$ 3 bilhões foram injetados pelo governo na preparação dos atletas à Olimpíada, é verdade, mas o valor deve sofrer uma considerável queda nos próximos anos – graças, também, à recessão econômica do País.
Principal patrocinadora do vôlei brasileiro, o Banco do Brasil, por exemplo, repassará nos próximos quatro anos R$ 84 milhões a menos do que o valor investido no último ciclo. Outras estatais, como os Correios e a Petrobras, por sua vez, ainda estão em fase de negociação com atletas e confederações, mas já indicaram que devem diminuir a verba para Tóquio-2020. O cenário é dos piores possíveis – tanto que tem prejudicado os esportistas na busca por renovação de contratos pessoais de patrocínio.
“Esta situação incomoda, porque, na verdade, nós queremos fazer o nosso trabalho, e dependemos de apoio, né? Os empresários têm que ajudar o esporte brasileiro“, reclamou Ágatha Rippel. “Houve um investimento maior no último ciclo, porque a Olimpíada foi disputada no Brasil. Agora… A expectativa de atletas, dirigentes e confederações era de que os investimentos continuassem depois da Olimpíada. Acho que esse sentimento ainda existe dentro de nós. Vamos aguardar”, finalizou.
Ágatha competiu na Rio-2016 ao lado de Bárbara Seixas. Juntas, as atletas chegaram até a final do torneio feminino de vôlei de praia e levaram a medalha de prata. Bárbara anunciou a saída da dupla dias depois da Olimpíada e surpreendeu Ágatha. A curitibana, no entanto, já encontrou uma nova parceira. Será a jovem Duda, de 18 anos, considerada a maior promessa do vôlei de praia brasileiro. As duas começarão a treinar juntas em janeiro do ano que vem.
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